ATA DA NONAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM
05-11-2003.
Aos cinco dias do mês de novembro de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos
Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Isaac Ainhorn, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo,
Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias das Atas da Octogésima Terceira, Octogésima Quarta e Octogésima
Quinta Sessões Ordinárias, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados:
pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 111/03 (Processo nº 6085/03);
pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, o Pedido de Informações nº 199/03
(Processo nº 6154/03); pelo Vereador Almerindo Filho, juntamente com o Vereador
João Bosco Vaz, os Projetos de Resolução nos 105 e 106/03 (Processos nos 6008 e
6009/03, respectivamente); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, o Projeto de
Resolução nº 116/03 (Processo nº 6195/03); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o
Pedido de Providências nº 2420/03 (Processo nº 6096/03), o Pedido de Informações
nº 198/03 (Processo nº 6078/03) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 439/03
(Processo nº 6035/03); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providências nº
2487/03 (Processo nº 6208/03); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de
Providências nos 2451, 2452, 2453, 2454, 2455, 2456, 2457, 2458, 2459, 2460,
2461, 2462, 2463, 2464, 2465, 2466, 2467, 2468, 2469, 2470, 2471, 2472, 2473,
2474, 2475, 2476, 2477, 2478, 2479, 2480, 2481, 2482, 2483, 2484, 2485 e
2486/03 (Processos nos 6150, 6151, 6152, 6153, 6157, 6160, 6161, 6162, 6163,
6164, 6165, 6166, 6167, 6168, 6169, 6170, 6171, 6172, 6173, 6174, 6175, 6176,
6177, 6178, 6179, 6180, 6187, 6188, 6190, 6198, 6201, 6202, 6203, 6204, 6205 e
6207/03, respectivamente); pelo Vereador Marcelo Danéris, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 441/03 (Processo nº 6113/03); pelo Vereador Mauro Zacher, o
Pedido de Providências nº 2382/03 (Processo nº 5911/03); pelo Vereador Renato
Guimarães, juntamente com os Vereadores Margarete Moraes, Maria Celeste e
Carlos Alberto Garcia, o Projeto de Resolução nº 117/03 (Processo nº 6209/03);
pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Providências nº 2448/03 (Processo nº
6146/03). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do João Carlos Nedel,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 021/98 (Processo nº 3296/98). Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofício n° 001/03, do Vereador Bruno Grethe, Presidente da Câmara
Municipal de Chapada - RS; Comunicado n° 70286/03, do Senhor Hermes Ricardo
Matias de Paula, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -
FNDE; Cartões dos Vereadores Silvio Silva de Bairros, Presidente da Câmara
Municipal de Lajeado do Bugre – RS; Neri João Copceski, Presidente da Câmara
Municipal de Gentil – RS; Fernando Bolzan, Presidente da Câmara Municipal de
Jaguari – RS; Luiz Blanco Alves, Presidente da Câmara Municipal de Taquaruçu do
Sul – RS. Na oportunidade, por solicitação da Vereadora Clênia Maranhão, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à escritora Rachel de
Queiroz, falecida ontem. Também, foi apregoado o Ofício nº 064/03, firmado pelo
Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
através do qual Sua Excelência informa que a Vereadora Margarete Moraes se
encontra representando externamente este Legislativo na solenidade de entrega
de exemplares da “Obra Completa de Simões Lopes Neto” e de livros do Projeto
Revitalização do Acervo das Bibliotecas Públicas do Rio Grande do Sul, no
Palácio Piratini, em Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Fernando Rigotti, Vice-Presidente
da Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre -
ASTEC, que teceu considerações a respeito da questão da Previdência Municipal,
relatando problemas enfrentados pela entidade em função do não-repasse de
verbas ao Executivo Municipal para o pagamento de pensões e aposentadorias dos
municipários. Também, avaliou aspectos da Reforma Previdenciária proposta pelo
Governo Federal, protestando contra a possibilidade de aumento nas alíquotas de
contribuição para o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores
Públicos do Município de Porto Alegre – PREVIMPA. Na ocasião, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os Vereadores Sebastião Melo, Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Raul Carrion e Carlos
Alberto Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Também, o Vereador João Carlos Nedel formulou requerimento verbal,
solicitando o envio de cópias do pronunciamento efetuado pelo Senhor Luiz
Fernando Rigotti em Tribuna Popular para os Vereadores desta Casa, para o
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre e para o Senhor Paulo Michelucci Rodrigues,
Secretário Estadual da Fazenda. Às quatorze horas e cinqüenta minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
cinqüenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 139, 386, 410, 431 e 093/03, este discutido pelos Vereadores Zé
Valdir, Renato Guimarães e Darci Campani, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Lei do Legislativo n° 182/03; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 021/03, discutido pelo Vereador Darci Campani, 366/03, discutido pelo Vereador
Elói Guimarães, 409, 411 e 430/03, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n°
003/03, os Projetos de Resolução nos 091 e 102/03, este discutido pelo Vereador
Carlos Alberto Garcia. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença da
Rainha e das Princesas da 19ª Festa do Pêssego de Porto Alegre, comunicando que
o evento será realizado do dia oito ao dia vinte e três de novembro do corrente,
no Centro de Eventos da Vila Nova, em Porto Alegre. Também, foi apregoado o
Ofício nº 065/03, firmado pelo Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, através do qual Sua Excelência informa que o
Vereador Elói Guimarães se encontra representando externamente este Legislativo,
hoje, na inauguração das novas instalações do Tribunal Militar do Estado do Rio
Grande do Sul, em Porto Alegre. Na oportunidade, nos termos do artigo 195, I,
do Regimento, o Senhor Presidente determinou a retirada de tramitação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 093/03 (Processo nº 2007/03), de autoria do Vereador
Elias Vidal, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis
e em suas respectivas lojas de conveniências. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Cláudio Sebenelo, criticando a situação da saúde pública no Município,
defendeu seu posicionamento favorável à instauração de uma Comissão Parlamentar
de Inquérito – CPI - na Casa para investigar o assunto. Nesse sentido,
justificou sua trajetória na área da Medicina e criticou afirmações feitas pelo
Vereador Marcelo Danéris, segundo as quais o pedido de instalação de uma CPI da
saúde seria um ato “eleitoreiro”. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca da tramitação do Requerimento nº 194/03, de autoria do Vereador Cláudio
Sebenelo, que requer a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para
averiguar possíveis irregularidades nos serviços prestados pelo SUS - Sistema
Único de Saúde - no Município de Porto Alegre, tendo o Vereador Cláudio
Sebenelo formulado Questões de Ordem e manifestações sobre o tema. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion registrou que o Partido Comunista
do Brasil, com referência às eleições municipais de dois mil e quatro, defende
uma chapa majoritária de consenso entre os partidos que apóiam o Governo
Federal. Sobre o assunto, informou que o PCdoB realizará Conferência Municipal
no dia oito de novembro do corrente, quando será indicado um nome para
concorrer à vaga de Vice-Prefeito de Porto Alegre. O Vereador Elói Guimarães
pronunciou-se acerca de propostas efetuadas esta semana pelo Senhor Luiz Inácio
Lula da Silva, Presidente da República, de abertura de mercado e ampliação de
linhas de crédito para investimentos brasileiros em Angola. Nesse sentido,
declarou que o Brasil possui problemas internos sérios que precisam ser resolvidos
e que deveriam ser priorizados antes que fosse oferecido apoio a outros países.
O Vereador Sebastião Melo lastimou posicionamentos assumidos por integrantes da
Bancada do Partido dos Trabalhadores deste Legislativo com referência ao
Requerimento nº 194/03, que solicita a instalação de Comissão Parlamentar de
Inquérito para investigar a questão da saúde no Município. Finalizando, questionou
o envio do referido Requerimento para análise da Comissão de Constituição e
Justiça. O Vereador Wilton Araújo afirmou que os partidos de oposição ao
Governo Municipal são favoráveis à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito
neste Legislativo, para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo
Sistema Único de Saúde – SUS - no Município. Ainda, comparou dados relativos às
verbas federais recebidas por Porto Alegre em dois mil e dois e dois mil e
três, para aplicação na área da saúde pública. O Vereador Dr. Goulart manifestou-se
acerca do Requerimento nº 194/03, de autoria do Vereador Cláudio Sebenelo,
analisando o serviço de saúde pública oferecido aos porto-alegrenses e
relatando reunião realizada ontem a respeito do assunto pela Comissão de Saúde
e Meio Ambiente. Finalizando, solicitou acesso à fita de vídeo gravada no dia
vinte e oito de outubro do corrente pela TV Câmara, quando em visita à Unidade
de Pronto Atendimento – PAM3. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que
a fita de vídeo gravada no dia vinte e oito de outubro do corrente pela TV
Câmara, referente à Unidade de Pronto Atendimento – PAM3, foi apresentada hoje
aos Senhores Vereadores, durante reunião da Mesa Diretora com o Colégio de
Líderes da Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris pronunciou-se
contrariamente à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para
investigar problemas na área da saúde em Porto Alegre, declarando que essa CPI
representará um desserviço à população. Ainda, destacou que o Secretário Municipal
da Saúde tem comparecido na Casa para esclarecimentos sempre que requerida sua
presença pelos Senhores Vereadores. O Vereador Reginaldo Pujol prestou
informações sobre a forma como o Requerimento nº 194/03 tramitará na Comissão
de Constituição e Justiça, anunciando que esse Requerimento terá parecer
elaborado pela Vereadora Margarete Moraes, o qual deverá ser votado no dia onze
de novembro do corrente. Finalizando, registrou seu apoio à instauração de
Comissão Parlamentar de Inquérito acerca dos serviços de saúde pública do Município.
O Vereador João Antonio Dib esclareceu os motivos pelos quais encaminhou o
Requerimento nº 194/03 para análise da Comissão de Constituição e Justiça,
salientando possuir dúvidas quanto ao devido cumprimento do artigo 68 do
Regimento, relativo à definição clara do objeto a ser averiguado. Também, afirmou
que, caso o parecer da referida Comissão entender como legal e regimental a
solicitação apresentada, deferirá o referido Requerimento, de autoria do
Vereador Cláudio Sebenelo. Após, foram apregoados, em relação ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 016/03 (Processo nº 0855/03): a Emenda nº 04, proposta pelo
Vereador Aldacir Oliboni e assinada pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da
Bancada do PT, e Requerimento de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 02. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado o Requerimento nº 196/03 (Processo nº 6240/03 – Requer autorização para
representar externamente esta Casa no colóquio preparatório ao Seminário
“Políticas Públicas e o Desenvolvimento das Cidades”, a ser realizado do dia
doze ao dia quatorze de novembro do corrente, em Brasília – DF, com percepção
de diárias e passagens aéreas), de autoria do Vereador Reginaldo Pujol. Em
Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo
nos 137, 140 e 166/03. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 031/03. Em Discussão Geral e votação, foram aprovados os
Projetos de Lei do Legislativo nos 150 e 200/03. Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 228/01, o qual foi discutido pelos
Vereadores Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi aprovado Requerimento
de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando o adiamento, por duas
Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 228/01, por doze
votos SIM e nove votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz
Braz, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, Darci
Campani, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães, Wilton Araújo e Zé Valdir e
Não os Vereadores Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo. Foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Haroldo de
Souza, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº
228/01 (Processo nº 3268/01). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Decreto Legislativo nº 001/03 (Processo nº 4343/03), o qual teve sua discussão
adiada por quatro Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador
Wilton Araújo. Em Votação, esteve Recurso apresentado pelos Vereadores Carlos
Alberto Garcia e Isaac Ainhorn (Processo nº 3074/03), o qual obteve três votos
SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Juarez
Pinheiro, Carlos Alberto Garcia, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Isaac
Ainhorn, Raul Carrion, Cassiá Carpes e Haroldo de Souza, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado os Vereadores Carlos
Alberto Garcia, Juarez Pinheiro e Zé Valdir, votação esta declarada nula pelo
Senhor Presidente, face à inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, os
Vereadores Luiz Braz e João Antonio Dib formularam Questões de Ordem acerca da
possibilidade de encaminhamento à votação do Recurso contido no Processo nº
3074/03, tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto.
Também, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Requerimento verbal, indeferido
pela Senhora Presidenta, solicitando o uso da palavra, na condição de Relator
da matéria, para encaminhar à votação o Recurso contido no Processo nº 3074/03,
tendo o Vereador Juarez Pinheiro manifestado-se sobre essa decisão e tendo a
Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o tema. Às dezessete horas e
cinqüenta minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães e Maria Celeste e
secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª
Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia
Maranhão está com a palavra para um Requerimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito um minuto de silêncio pela morte da escritora Rachel de Queiroz, um
dos maiores expoentes da literatura brasileira. Rachel de Queiroz foi militante
do Partido Comunista Brasileiro, tendo enfrentado uma série de dificuldades em
nome de suas idéias. Foi uma grande escritora e a primeira mulher a ser eleita
para a Academia Brasileira de Letras. Eu acho que o Brasil deve todas as homenagens
à Rachel de Queiroz.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Acolho o Requerimento
de Vossa Excelência. Realmente, o Brasil está de luto! Faremos um minuto de
silêncio em homenagem à memória da nossa grande escritora.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Comunico que a Ver.ª
Margarete Moraes está representando a Câmara Municipal, nesta data, em
solenidade no Gabinete do Governador do Estado. Passamos à
O Sr. Luiz Fernando Rigotti,
representando a Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto
Alegre, a ASTEC, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à
Previdência Municipal, pelo tempo regimental de 10 minutos. Vereador...
Desculpe-me. Meu amigo, conterrâneo, Luiz Fernando Rigotti.
O
SR. LUIZ FERNANDO RIGOTTI: Teria um grande prazer, mas não são essas
as minhas pretensões; ficaria muito satisfeito em pertencer a esta Casa...
Primeiro, quero cumprimentar todos os
Vereadores aqui presentes, meus colegas do Fórum dos Municipários, colegas
municipários, senhores e senhoras. Fico muito à vontade nesta Casa, pois toda
vez em que viemos aqui fomos bem acolhidos, assim como as idéias que temos
trazido para cá para debater. Eu já usei três vezes esta tribuna, todas as três
para questões bastante polêmicas e tive acolhida nesta Casa, porque trouxemos
coisas de relevância para os municipários e para a população de Porto Alegre.
Mais uma vez, estou ocupando esta tribuna
para falar de algumas coisas que estão acontecendo na Prefeitura e, principalmente,
na área da Previdência. Nós discutimos a vinda a esta tribuna lá no Fórum de
Entidades e os temas a serem tratados aqui. Houve uma enxurrada de idéias e
questões que poderiam gerar nosso pronunciamento, desde a questão da
partidarização do serviço público municipal, da terceirização do serviço
público municipal, da questão de um plano de saúde para os municipários, que
não existe, do despreparo gerencial dos novos dirigentes ao papel higiênico,
que hoje está em grande carência na Prefeitura Municipal. Contudo, usar a
tribuna para falar dessas coisas não me parece pertinente. Eu gostaria de
tratar com os senhores, primeiramente, o assunto da Previdência Municipal, que
construímos aqui nesta Casa, em conjunto - Fórum de Entidades, Srs. Vereadores e
Executivo -, a idéia da Previdência Pública gerenciada pelos municipários,
indicado pelo Executivo, por esta Casa e eleito pelos municipários.
Nós estamos com o Previmpa formado e para
podermos prestar serviço de excelência ainda temos um longo caminho a percorrer.
Dentro disso, eu queria alertar os Vereadores, porque não é o suficiente a
gente, simplesmente, formar uma autarquia pública. Nós temos de estar sempre
alerta e concertando os passos que nós precisamos dar. E estamos com alguns
problemas estruturais no Previmpa. Está vindo um Projeto para a Câmara de
Vereadores propondo algumas mudanças no Previmpa. No Conselho de Administração
do Previmpa, do qual eu só Presidente, nós fizemos diversas sugestões, porque
ocorrem coisas, ainda hoje, no Previmpa, que não coadunam com uma autarquia bem
gerenciada.
Nós sabemos que o Previmpa paga por
repartição simples àqueles que já eram aposentados e pensionistas, e dali para
a frente uma conta de capitalização. Na repartição simples criou-se uma conta
reserva, e essa conta de reserva, que era para manter o dinheiro aguardando os
piores momentos do Previmpa, que os cálculos atuariais apontam para 2011, 2013,
ou até antes, esse dinheiro que estava ali, guardado, era para usar nessa
época, quando o gasto com aposentadorias e pensões vai passar aquilo que a Lei
de Responsabilidade Fiscal estabelece. Esse dinheiro de reserva no FUNPREV, ali
estabelecido, seria para essa data. Pois o Prefeito, não repassando o dinheiro
total para pagamento de pensões e aposentadorias, fez com que o Previmpa
utilizasse esse dinheiro, que estava guardado para ser usado lá na frente. E
isso sem comunicar a Administração do Previmpa, que é o Conselho de
Administração.
Se nós estamos fazendo uma gestão
paritária, o Conselho de Administração, onde estão os representantes dos
municipários, tem de ser ouvido. Não existe gestão onde só um manda e os outros
obedecem. Nós fizemos essa denúncia e fizemos pessoalmente ao Prefeito. Ele diz
que vai nos atender, diz que ia nos atender, mas, no mês seguinte, continuou
fazendo a mesma coisa.
Então, o Conselho de Administração está
adotando uma postura um pouco mais forte e está proibindo o Diretor
Administrativo de fazer esse pagamento, se não passar primeiro pelo Conselho de
Administração. Portanto, se não vierem a ser pagas as pensões e as
aposentadorias, pela negativa do Diretor Administrativo, é porque o Prefeito
não cumpriu com o rito que ele se propôs a fazer, que é encaminhar esse tipo de
questão para o Conselho de Administração do Previmpa.
Outra questão que também está sendo
colocada é a alíquota de 11%, que está sendo mandada para cá, para esta Câmara
Municipal. Ora, senhores, aceitar 11% e aceitar essa Reforma da Previdência que
está lá, já aprovada, é abrir mão de ser Vereador em Porto Alegre, porque o que
essa Reforma está querendo com o art. 149, que diz que é de no mínimo 11%, é
acabar com o pacto federativo, é acabar com os Legisladores Municipais e
Estaduais. Por isso, somos contra o art. 149, que está mudando Leis pétreas da
nossa Constituição. Somos contra lá, como somos contra aqui. Os cálculos
atuariais que devem ser feitos aqui apontam uma alíquota bem menor, porque a
alíquota apontada aqui tem de ser pela conta de capitalização e isso nunca vai
além de 9%, sendo repartidos dois para o Governo e um para nós. Então, discutir
alíquota sem cálculo atuarial é abrir mão de legislar. Nós não queremos que os
Vereadores abram mão dessa questão. E nós temos propostas e mostramos para a
Administração que, com todas as mudanças que se avizinham e com o quadro que
temos, não é necessário passar nunca de 9% e o aumento da alíquota para 11% só
beneficia o caixa da Prefeitura. É essa a intenção? Então não é uma visão
previdenciária.
Temos outras sugestões que gostaríamos de
debater com os Vereadores. Outra questão de grande, mas de grande impacto é que
a Prefeitura não tem repassado para o Previmpa 2% de Taxa de Administração, que
está na Lei nº 478, aprovada por este Plenário e discutida com a Câmara, com o
Executivo e com o Fórum das Entidades; os 2% que a Câmara de Vereadores paga
para o Previmpa, que as autarquias deveriam pagar, e algumas delas ainda não
pagam, a Prefeitura está atrasada com a Taxa de Administração desde abril.
Então, deve ao Previmpa quase cinco milhões de reais! E isso vai contra aquilo
que nós queremos na nossa autarquia pública, que é uma prestação de serviços
com excelência. Nós não queremos nos mirar nos outros organismos municipais
para a prestação de serviços! Nós queremos o Previmpa, que é gerenciado por
municipários com excelência! E, para isso, precisamos que a Prefeitura pague a
Taxa de Administração, que não é uma exorbitância, na medida em que é 2%! Em
qualquer plano complementar de Previdência os bancos chegam a cobrar 6%! Então,
2% não é um absurdo. E a Prefeitura não paga.
Essa denúncia nós já fizemos ao Prefeito,
já solicitamos e temos, insistentemente, acusado isso. E como nós somos
parceiros desta Casa, da Câmara de Vereadores, na construção do Previmpa,
estamos aqui, com toda a tranqüilidade, para pedir ajuda aos Vereadores para
que possamos construí-lo com muita tranqüilidade, e não demorar mais seis a
oito meses para dar resposta de aposentadoria, poder fazer isso imediatamente!
Mas precisamos das condições materiais para que isso ocorra.
Eu quero dizer que nós estamos numa
grande campanha, hoje, na defesa da bimestralidade. A nossa bimestralidade foi
conseguida com duas ou três greves e foi formada pela categoria municipária. No
tempo do Dr. Alceu Collares, existia a bimestralidade, mas não era vinculada a
nenhum índice. Depois, nós conseguimos vinculá-la ao índice de inflação. No
tempo do Olívio, inventaram um monte de tabelas para rebaixar o nosso salário,
e, por três vezes, nós tivemos, com uma inflação de 30%, os salários corrigidos
com 60% da inflação! E, depois, o Dr. Tarso, que esteve aqui nesta Casa e teve
o Projeto aprovado pelo ICV do DIEESE, arbitrariamente, não pagou, argüiu
inconstitucionalidade, empurrou com a barriga, sabendo que lá, no Supremo
Tribunal, quando a conta ficou impagável, a Prefeitura se negou a pagar o ICV.
Então, arbitrariamente, a Prefeitura adotou o IGP-M, que é o mesmo índice que
ela está adotando aí no Orçamento para corrigir as tarifas municipais! O que
nós queremos é que o Prefeito de Porto Alegre, o Dr. João Verle, respeite o
IGP-M e pague aos municipários a bimestralidade! Nós estamos aqui, temos,
diversas vezes, nos manifestado, mas a Prefeitura virou as costas para os
municipários! Não nos recebe, não nos atende e falsifica a verdade, quando diz
aos municipários: “A Lei da Bimestralidade está existindo!” Só que ela é zero!
E o IRV, que é o “Índice de Referência do Verle”, porque ninguém sabe como se
calcula, a Prefeitura não abre os números gerais para analisarmos!
Eu quero dizer aos Srs. Vereadores que
nós estamos vivendo na Prefeitura momentos de destruição do serviço público
municipal! Falta de tudo na Prefeitura! Faltam condições mínimas! Eu trabalho
no prédio da SMOV e convido os Vereadores para comparecerem ao prédio, o qual
não resistiria a uma fiscalização da própria SMOV! Eu apelo em nome da
população que vai àquele prédio, porque se cair qualquer fagulha, se tiver um
incêndio, vai ser um horror aquilo lá! Nada funciona! Aquilo é um barril de
pólvora! Em nome da população, os Vereadores têm de nos ajudar. Visitem aquele
prédio! As condições são mínimas! Eu não peço condições de trabalho; eu peço
condições para que a população possa freqüentar aquilo! Aquilo que eu chamo é o
prédio da SMOV, que não tem sequer habite-se.
E digo mais, com relação à questão do
papel higiênico - que o Políbio Braga coloca - está havendo uma revolução na
Prefeitura pelo papel higiênico. Na SMOV, nós tentamos resolver visitando o shopping, mas muitos não conseguem
chegar até o shopping.
Então, Srs. Vereadores, eu quero dizer
que, em nome de tudo isso, a bimestralidade é uma lei aprovada por esta Câmara.
E eu peço ajuda aos senhores, porque muitos dizem que defendem os municipários,
o serviço público, mas, na hora de se apresentarem com idéias, poucos realmente
entram na batalha. E eu sei que com os senhores nós podemos contar. Nós somos
poucos, mas nós vamos ganhar essa batalha. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Prezado Presidente, Ver. João Antonio
Dib; colegas Vereadores, caro amigo Rigotti e demais servidores do município de
Porto Alegre, primeiramente, nós temos um entendimento, Rigotti, de que essa
matéria não pode ser submetida à apreciação deste Plenário, antes de uma
deliberação final da Reforma da Previdência, porque a Reforma está em curso.
Portanto, não seria uma boa técnica legislativa, e o Legislativo estaria
atropelando aquilo que é a Lei Maior. Então, pelo menos, por parte da nossa
Bancada, nós vamos encaminhar nesse sentido. Enquanto não houver uma decisão
nacional da Reforma da Previdência, eu acho que esta Casa não deve... Porque
vieram para cá dois Projetos dessa área: um estabelecendo os 2%, que, na minha
avaliação, é desnecessário, porque a Lei já estabelecia isso; e o outro,
mudando de 6,75% para 11%, e é este que eu acho que a Câmara não pode apreciar
antes do final.
Ora, a construção da autarquia foi uma
luta coletiva desta Casa, mas, acima de tudo, dos servidores municipais. Nós,
naquele período de discussão, alertávamos para essas questões, e muitos foram
os Vereadores que usaram da nossa tribuna para denunciar que a Prefeitura
poderia tornar-se longa manus de uma
administração que, na verdade, deveria ser dos funcionários, e não dela, que é
o fundo previdenciário. A sua manifestação nos dá conta dessa questão, porque o
senhor é Presidente do Conselho de Administração.
Então, acho que sempre é tempo de
retomada, sempre é tempo de rediscutir. Na medida em que vem para cá o aumento
da alíquota previdenciária, parece-me, Sr. Presidente, que nós deveríamos
constituir um fórum para debater as questões colocadas aqui e outras questões
que, com certeza, o tempo não permitiu, para que possamos fazer a devida
revisão dessa Lei que foi aprovada quase que pelo conjunto desta Casa.
Portanto, da nossa Bancada, terá não só a
sintonia, mas também a parceria nessa construção.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, quero saudar o Luiz
Fernando Rigotti que vem novamente a esta Casa depois daquela luta dos 33
Vereadores; agora começam a surgir problemas sérios, e o Conselho de
Administração começa a tomar as providências. Entendo que esta Casa é, sem
dúvida, o canal competente para dirimir essas dúvidas e até apoiar fortemente
os municipários que atravessam um momento de frustração com esta Administração
em conseqüência do problema da bimestralidade - 11% da contribuição para a
Previdência. Portanto, o momento é adequado para que nós possamos, aqui nesta
Casa, debater ainda mais esse problema que aflige os trabalhadores municipais.
Conte com a contribuição da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, assim
como fizemos naquela oportunidade, para chegarmos a um acordo e a um bom
momento para os funcionários municipais. Obrigado pela sua presença.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia
Maranhão está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, queremos saudar a presença do Luiz Fernando Rigotti que traz a esta
Casa uma problemática dos funcionários públicos do nosso Município. Queria
saudar todos os municipários que estão aqui presentes, e dizer que nós, que
tivemos a responsabilidade de aprovar a legislação que criou o Previmpa,
evidentemente, temos a responsabilidade de acompanhar todas as questões
referentes à questão da Previdência do nosso Município.
As denúncias aqui trazidas são
absolutamente graves. Eu acho importante que nós possamos, como Câmara de
Vereadores, dar prosseguimento para acompanharmos as questões que aqui foram
trazidas e muito bem colocadas na tribuna desta Casa.
Nós queremos, em nome da Bancada do PPS -
em meu nome e em nome do Ver. Wilton Araújo -, externar a preocupação em
relação às questões trazidas. E
u acho que esta Casa, por meio das suas
comissões técnicas, deve procurar acompanhar na busca de uma solução e de uma
intermediação, no sentido de uma resolução imediata para algumas dessas
questões que podem prejudicar rapidamente aposentados e pensionistas da nossa
Cidade, que são pessoas que já vivem com bastante dificuldade. Um atraso no
repasse de recursos poder-se-ia transformar numa tragédia pessoal para muitos
deles.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em nome da Bancada do Partido
Progressista Brasileiro, composta por este Vereador e pelos Vereadores João
Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Beto Moesch, damos as boas-vindas ao Luiz
Fernando Rigotti, Vice-Presidente do Previmpa, queremos dizer a V. Exa. que
esta Casa é um excelente lugar para o diálogo, e nós estamos dispostos a
dialogar e a esclarecer todos os assuntos pertinentes ao Previmpa.
Eu aproveito, Sr. Presidente, para fazer
um Requerimento a V. Exa., para que sejam encaminhadas cópias do pronunciamento
do Luiz Fernando Rigotti a cada um dos Srs. Vereadores, ao Sr. Prefeito
Municipal e, se possível, ao Secretário da Fazenda também. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez
Pinheiro está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente; caro Rigotti, liderança
municipária por quem nós temos imenso respeito; senhores trabalhadores
municipários que acompanham a intervenção do Rigotti em nome da Associação dos
Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre, temos aqui na galeria
dois Diretores eleitos pela categoria do Previmpa.
Em primeiro lugar, não foi uma construção
absolutamente coletiva desta Casa; foi uma construção coletiva dos
trabalhadores, do Poder Executivo, do Legislativo, mas houve Vereadores que não
acompanharam a proposta do Previmpa, que foi bem colocada pelo Rigotti. Aliás,
permita-me dizer, Rigotti, que o Presidente tem razão, acho que tu és
candidato, conseguiste falar tudo que te pediram aqui, disseste que não irias
falar. Nós queremos dizer do imenso respeito que a Bancada do Partido dos
Trabalhadores tem por esta liderança e pela categoria. Naturalmente, os temas
colocados aqui pelo Rigotti - falamos pelo nome porque temos uma relação muito
fraterna - permitem uma controvérsia grande, são temas atuais de grande
discussão nacional. Queríamos apenas fazer algumas considerações e dizer que a
possibilidade de os trabalhadores participarem da gestão do Sistema
Previdenciário foi uma grande conquista, uma luta, uma reivindicação dos
trabalhadores, que mostra resultados positivos.
O Projeto que aqui está, na verdade,
baseou-se em dois estudos atuariais. O que o companheiro Rigotti expressa é que
há uma discussão sobre determinados dispositivos na Reforma da Previdência que
não estão decididos, mas, no que tange aos 11%, derivam de dois estudos
atuariais, que são conseqüências da Emenda Constitucional nº 20, que ainda está
vigente.
Outra questão para a qual temos de chamar
a atenção é que é colocado no Projeto algo que a categoria muito reivindica, a
questão dos dois por um, tanto na capitalização quanto na repartição simples, e
isso é um avanço. Na verdade, foram usados recursos na conta de reserva, e,
nesse sentido, há uma controvérsia sob o ponto de vista se deveriam ou não
serem usados, mas, sob o ponto de vista legal, não houve nenhum arranhão à
legislação.
Com relação à bimestralidade - queremos
finalizar, o nosso tempo é muito curto -, nós queremos dizer que não existe um
Município neste País que tenha uma política salarial como a dos trabalhadores
municipários. Na verdade, a legislação continua vigente, mesmo que uma decisão
do STF tenha tirado de vigência a questão do índice, mantém apenas a questão da
bimestralidade. Queremos reafirmar o nosso compromisso com essa política
salarial, que apenas não foi cumprida na íntegra em face de problemas de
retração econômica do País, principalmente ocorridos no ano passado. O Governo
do Estado, por exemplo, diminuiu o repasse de ICMS de forma significativa, os gastos
com Saúde Pública estavam muito acima do que o determinado e houve outras
situações econômicas que impediram que o cumprimento total fosse alcançado e
com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. Nesse sentido, então, nós queremos
acolher as críticas que o Rigotti nos trouxe, temos sobre elas algumas
considerações aqui colocadas e outras que, no debate e no diálogo, vamos fazer.
Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero cumprimentar
aqui o Rigotti, respeito muito a liderança que ele exerce no meio dos
funcionários públicos e aqui em nossa Cidade. Desde o início, nós divergimos da
forma como foi mexido nesse setor previdenciário. Nós acreditamos que a forma
como foi feita, por meio da legislação, como foi mexido no Montepio, acabou
fazendo com que todo aquele patrimônio, que era de todos os funcionários
públicos, acabasse nas mãos de meia dúzia de pessoas. Acredito que os
Vereadores que agiram daquela forma hoje estão arrependidos de terem mexido da
forma como mexeram.
Mas eu avisava, já naquela época, que
aqueles 6,5% que estavam sendo oferecidos de desconto para os funcionários,
como se fossem suficientes para sustentar o órgão previdenciário, em pouco
tempo realmente se mostrariam ineficazes. Hoje já temos um Projeto na Casa
fazendo com que esse desconto para os funcionários públicos seja dobrado, em
vez de 6,5%, vamos para 11%. E acredito que não vamos parar por aí. Eu acho que
vamos além disso.
Os funcionários, com essa mexida toda,
ficaram, na verdade, sem o patrimônio do Montepio, que era o patrimônio de
todos os funcionários públicos, e correm o perigo, de uma forma ou de outra,
agora, de terem um desconto realmente bem acima daquilo que esperavam.
Mas eu sei que você é um homem de muita
luta, Rigotti, sei que você tem muita liderança e sei que você vai conseguir
fazer com que a sua pressão - a pressão das pessoas que você lidera sobre esta
Casa - evite que a gente aprove o Projeto que aí está, aumentando esse desconto
para os funcionários públicos.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao
companheiro Luiz Fernando Rigotti, com quem compartilhamos algumas lutas,
inclusive greves aqui no município de Porto Alegre quando trabalhava na Câmara
- paralisamos a própria Câmara, naquela ocasião. Saúdo também toda a categoria
municipária e as lideranças que aqui se fazem presentes.
Nós queremos dizer que não temos nenhuma
saudade da situação anterior do Montepio. Achamos que a criação do Previmpa foi
um passo importante que esta Casa deu, ao tornar a Previdência Municipal
pública e, evidentemente, com a participação efetiva, importante dos
municipários. Portanto, nós não temos saudade, talvez alguns tenham, da
situação anterior. Como em toda situação nova, situação em construção, nós escutamos
atentamente as preocupações, as ponderações. Nós podemos ter alguma diferença
de opinião e de avaliação, mas estamos à disposição para receber subsídios das
entidades, das Associação dos Técnicos, do Fórum de Entidades. Examinaremos com
a máxima precaução os projetos que vêm à Casa, sempre observando o que também
os municipários têm a dizer. Tenho certeza de que encontraremos uma boa
solução, um bom encaminhamento para os pleitos justos dos municipários. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, prezado Sr. Luiz Fernando Rigotti e demais lideranças municipárias,
queremos dizer que o Previmpa foi um avanço para os municipários. Como também
foi, após muita discussão, a Comissão que permitiu que funcionários e o
Executivo pudessem dialogar na mesma mesa. Isso é tão salutar que permite que o
senhor venha hoje usar a Tribuna Popular.
Estamos preocupados, sim, com a questão
do valor de 11%. Entendemos que, talvez, o novo cálculo atuarial seja
importante neste momento; o senhor falou em 9%. Não sabemos qual será na
realidade se 9% ou 11%. Entendemos que o novo cálculo atuarial, talvez, seja
pertinente antes de tentar aprovar.
Preocupou-me, também, a situação que o
senhor falou, de que muitas vezes não consegue dialogar com a Prefeitura, mais
especificamente com o Prefeito. Entendemos que, mais do que nunca, é importante
dialogar e entender o porquê de esses fatos estarem ocorrendo. Eu acho que esta
Casa também está aqui para tentar contribuir nisso. A questão dos 2% não está
definida ainda, há toda essa polêmica, mas eu acho que o mais importante neste
momento é tentarmos mobilizar e ver de que forma não descontar ainda os 11%.
Surgiu agora essa possibilidade, com o novo cálculo atuarial, de definir a
realidade e quanto poderá ser descontado por parte dos funcionários. Muito
obrigado e parabéns por esta iniciativa.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):
Eu agradeço a presença dos servidores municipais aqui, inclusive aproveito para
saudar o engenheiro Lélio Araújo, que não é servidor municipal, mas um servidor
público. E também quero formular votos para que a Associação dos Técnicos de
Nível Superior do Município encontre o caminho desejado, a solução correta,
porque nós temos a convicção de que o Município tem condições de atender às
solicitações dos servidores. É convicção, não é idéia. Suspendemos a Sessão
para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 14h53min):
Estão reabertos os trabalhos.
Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. 2007/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 093/03, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em postos de
combustíveis e em suas respectivas lojas de conveniências.
PROC. 2842/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 139/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que denomina Rua Constantino Fernando Onorato Bottin um
logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema III.
PROC. 3449/03 –
SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que
dispõe sobre a regulamentação dos Centros de Entretenimento e Inclusão Digital
(CEIDs), ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 182/03, de
autoria do Ver. Beto Moesch.
PROC. 5444/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 410/03, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Antonio Ribeiro Messias um logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 6207, localizado no Loteamento Moradas
da Hípica.
PROC. 5230/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 386/03, de autoria do
Ver. Zé Valdir, que denomina Rua das Araucárias um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. 5914/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 431/03, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Maria Celanilia Restano um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
2.ª
SESSÃO
PROC. 0969/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 021/03, de autoria da
Ver.ª Berna Menezes, que autoriza o Poder Executivo Municipal a regulamentar o
art. 24 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e dá outras providências.
(representante empregados / diretorias de instituições administração indireta)
PROC. 5393/03 –
PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 003/03, de autoria do
Ver. Dr. Goulart, que altera a redação do § 1.º do art. 23 do Ato das Disposições
Orgânicas Gerais e Transitórias da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(entidade de assistência saúde / servidores municipais)
PROC. 5912/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 430/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ademar Correia Silva um logradouro
público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 4889/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 366/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que dispõe sobre a divulgação dos valores das multas de
trânsito arrecadados no Município de Porto Alegre.
PROC. 5220/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 091/03, de autoria do Ver.
Wilton Araújo, que concede o título honorífico Flávio França ao Clube Esportivo
Arsenal.
PROC. 5443/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 409/03, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Cyro Martins um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. 5445/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 411/03, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Moacyr Godoy Ilha um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC. 5844/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 102/03, de autoria do Ver.
Carlos Alberto Garcia, que concede os títulos honoríficos de Líder Esportivo e
Esportista Exemplar ao Mestre Carlos Julio Camacho.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento,
estamos recebendo, com muita satisfação, a Rainha e as Princesas da Festa do
Pêssego, que vêm a esta Casa convidar os Srs. Vereadores para participarem
desse evento importante na vida da Cidade e fazem com que os Vereadores se
lembrem de que a Zona Rural é importante.
Rainha Daiane, 1.ª Princesa Elisângela e
2ª Princesa Luana, por favor, se quiserem chegar até a Mesa, nós nos sentiremos
honrados. (Palmas.) (Pausa.)
A nossa Rainha informa que a Festa do
Pêssego se inicia no dia 8, às 9 horas da manhã, e vai até o dia 23. Os
moradores da Vila Nova, Ver. Ervino Besson, estão de parabéns. O Ver. Zé
Valdir, também aqui, está entusiasmado com a presença da Rainha e das
Princesas, que vão dar um pêssego para cada um dos Vereadores, lembrando que
todos os Vereadores são esperados lá na Vila Nova. Saúdo-as e digo: saúde e
paz!
Comunico à Casa que o Ver. Elói Guimarães
irá representar a Câmara Municipal no Tribunal Militar do Estado do Rio Grande do
Sul. O evento será às 17 horas.
O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Ver. João Antonio Dib, Presidente
desta Casa; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Rainha e Princesas da Festa do
Pêssego, que prestigiam esta Casa hoje, está tramitando um Projeto de
Resolução, de nossa autoria, que destina o Título de Líder Esportivo ao mestre
Carlos Julio Camacho. O mestre Camacho nasceu em Rio Grande e iniciou, há
muitos anos, no tae-kwon-do. O mestre Camacho, durante muitos anos, já desde
1976, começando pela prática do tae-kwon-do, portanto há quase 30 anos, tem
desenvolvido toda a sua vida desportiva em cima desse desporto. Neste ano,
inclusive, será realizado, aqui em Porto Alegre, o Campeonato Mundial de
Tae-Kwon-Do, que será realizado na PUC, de 19 a 23 de novembro. Nesse evento,
espera-se receber, mais ou menos, aqui em Porto Alegre, cinco mil atletas. A
delegação da Coréia, com os seus melhores atletas, estará representada, e já
confirmaram presença atletas da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, do Chile,
do Peru e da Bolívia, além de inúmeros outros atletas da Europa e da Ásia.
O mestre Camacho, ao longo desses anos,
tem revolucionado o tae-kwon-do aqui no Rio Grande do Sul, bem como deu um
outro ordenamento, principalmente buscando mostrar os valores do tae-kwon-do e
levando em consideração preceitos básicos de hierarquia e disciplina. E é em
cima disso que nós gostaríamos, então, de discutir com os Vereadores e propor
isso que está sendo apreciado nesta Pauta, ou seja, o Título de Líder Esportivo
ao mestre Carlos Julio Camacho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, gostaria de saudar a Rainha e as Princesas da Festa do Pêssego e,
de resto, a comunidade obreira rural do município de Porto Alegre, que tem na
Vila Nova o seu verdadeiro centro produtivo.
Em Pauta, Sr. Presidente, Srs. Vereadores
e Sras. Vereadoras, há a iniciativa do Ver. Wilton Araújo no sentido de ser
publicizado todo esse movimento arrecadatório, no que diz respeito às multas da
cidade de Porto Alegre, que passou a ocupar um espaço que deve motivar as
nossas preocupações. Há denúncias, Ver. Wilton Araújo, de há algum tempo a esta
data, de que a Prefeitura encontrou, vejam V. Exas., nesta fonte da infração,
uma verdadeira Receita. E, nesse sentido, teria a Prefeitura, a Administração,
feito com que a fiscalização não tivesse aquele padrão técnico capaz de
estabelecer algumas regras de justiça e fosse, por assim dizer, um tanto
draconiana na sua ação arrecadatória na cidade de Porto Alegre.
Outro dia recebi um cidadão que põe em
dúvida a autuação que sofreu, mas, por outro lado, me dizia: “Olhe, Vereador,
eu ganho um salário mínimo e estou sendo multado praticamente no que
corresponde a todo o meu salário do mês”. Aí comecei a me indagar, a me
perguntar... Mas é um absurdo que determinadas infrações - se é que infração
aquela foi... Determinadas infrações, pelo seu caráter, são um tanto
insignificantes. Às vezes, ingressar numa rua, enfim, pequenas incorreções de
parte do motorista não poderiam ser multadas, ele teria, sim, de ser chamado
para pena de advertência. Como se comunicaria o motorista, o infrator? Se
chamaria o infrator para ser advertido: “Olhe, cidadão, não cometa mais isso!”
Isso é visão de administração humana! Então, o cidadão ganha um salário mínimo
e vai pagar uma multa correspondente ao salário mínimo? E aí? Como que fica a
sua sobrevivência? Não se quer aqui defender - e é bom que de pronto se coloque
- que a infração deva ser beneficiada. Não! Absolutamente, não! Mas na primeira
infração - mormente com os recursos que temos, hoje, de informática - o cidadão
teria de ser convidado e advertido: “Olhe, não cometa mais, porque na segunda,
sim, será estabelecida a punição da multa econômica”. Então, fica aqui a nossa
manifestação favorável ao Projeto do Ver. Wilton Araújo, porque começa a pôr a
lume, começa a pôr a descoberto uma série de providências que a Casa tem de
adotar no sentido de fiscalizar essa ação draconiana que o Município, de há uns
tempos até esta data, desenvolve no que diz respeito às multas por infrações na
cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Zé Valdir
está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, eu discuto o Projeto do Ver. Elias Vidal que está em Pauta no dia
de hoje, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas nos postos de combustíveis e
em suas respectivas lojas de conveniências. Eu tenho dúvidas sobre a eficácia
desse Projeto, no sentido de que ele consiga reduzir, significativamente, o
índice de consumo de bebida alcoólica por parte de motoristas, apenas com a
proibição de vendas de bebidas nos postos de combustíveis e em suas respectivas
lojas de conveniências. Mas acho que é uma iniciativa importante, porque, mesmo
que tenha uma eficácia limitada, sem dúvida, ajuda, contribui para que se
diminua o índice de consumo de bebida alcoólica por parte dos motoristas. A
bebida alcoólica, sem dúvida, é uma das causas dos inúmeros acidentes de
trânsitos com lesões graves ou mesmo mortes de pessoas, não só de motoristas,
mas de pessoas, às vezes, que não tem nada a ver com a direção do veículo, no
trânsito das nossas estradas por este Estado e por este País afora. Eu penso
que esse tema, o de combater o consumo de bebidas alcoólicas por parte do
motorista, é um dos mais difíceis que nós temos.
Nós temos alguns combates que são
extremamente difíceis no nosso mundo globalizado de hoje: um, é o combate ao
lixo cultural que invade os veículos de comunicação, como os “big brothers” da
vida; o outro, é o apelo à modernidade como sendo sinônimo de “mudancismo” que
nós vemos na publicidade. Todos os dias a gente vê a publicidade fazendo
campanha para aumentar o consumo de cigarros, o consumo de bebidas alcoólicas.
E essas propagandas, todos sabemos, são, tecnicamente, as mais bem feitas, no
entanto com conteúdo extremamente perverso. Podemos observar, por exemplo, as
propagandas de bebidas alcoólicas: “Cerveja nº 1”, que faz uma exaltação à
competição vitoriosa; aquela que “desce redondo”; a outra que “refresca até
pensamento”; sem contar a do “efeito orloff”, que é a apologia da inconsciência
motivada pela bebedeira. Tudo isso nas nossas redes de televisão, propagandas
que são veiculadas a todo o momento. E a vítima dessa publicidade insana é,
principalmente, a mulher, sendo vulgarizada, mercantilizada, coisificada; o
idoso sendo tratado de forma jocosa, desrespeitosa nesses comerciais de bebida
alcoólica, de cigarro.
É por isso que essa luta, esse combate ao
alcoolismo, por parte dos motoristas, é uma luta, não digo inglória, mas é
extremamente difícil, é uma tarefa hercúlea, como se diz, porque é
absolutamente desproporcional os instrumentos que temos para combater o uso das
chamadas droga legais e os instrumentos que essas empresas dispõem para fazer
as suas campanhas, envenenando as consciências. Como, hoje, estão envenenando a
consciência da população em torno dos transgênicos, defendendo abertamente que,
por cima da questão da saúde, por cima do interesse da população, tem de
preponderar o interesse econômico do produtor. É por isso que essa luta é muito
difícil.
Eu acho que o Projeto do Ver. Elias Vidal
tem algum mérito, sim, porque ele possibilita, pelo menos, à pessoa que chegar
num posto de gasolina, pedir uma cerveja e não encontrar cerveja saber por que
não é vendida a bebida, propícia que ela se conscientize, como diz o Vereador,
de que álcool e direção não combinam. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa informa que
está mandando retirar o Projeto do Ver. Elias Vidal, PLL nº 093/03, que proíbe
o consumo de bebidas alcoólicas em postos de combustíveis e em suas respectivas
lojas de conveniências.
A Mesa é atenta sem dúvida nenhuma e,
quando leu os Projetos que estavam em Pauta, a sua atenção foi chamada. O
Vereador tem um Projeto que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos postos de
combustíveis em suas respectivas lojas de conveniência, mas basta apenas uma
emenda dizendo que proíbe a venda e o consumo, não há necessidade de um novo
Projeto de Lei. No entanto, se o Vereador desejar, poderá fazer recurso à
Comissão de Justiça.
O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu acho que tem, quem sabe, um pouco de confusão nesse debate sobre
a questão da proibição da venda de bebidas alcoólicas. Eu vou explicar por que
eu acho isso.
Ver.ª Margarete Moraes, o Código Nacional
de Trânsito avançou muito construindo severas restrições e penas com relação a
quem consome bebida alcoólica e dirige. Todos nós somos muito favoráveis a que
a legislação seja muito rígida com relação a proibir a junção de álcool e
direção. Toda medida, no sentido de proibição da utilização da bebida alcoólica
para quem está dirigindo, é válida. Por que eu penso que há uma mistura? Hoje,
os chamados centros de conveniências, que também estão se tornando centros de
convivência, junto aos postos de gasolina, é uma realidade não só em Porto
Alegre, mas em todas as grandes cidades; no mundo inteiro é uma realidade
associar um local de parada com conveniências. Portanto, proibir uma pessoa,
que está se deslocando para uma atividade de lazer, de entretenimento, de consumir
no local, de comprar coisas nesse local, eu penso que vem contra, bate contra a
realidade do mundo que está colocado. Nós não podemos misturar uma legislação
rígida e positiva que nós temos, que proíbe e fiscaliza a utilização de bebida
alcoólica para quem dirige, com a proibição num local, numa loja que vende
chocolate, em algumas até se vendem alimentos, que vende refrigerante e
cerveja, porque aí vai contra a realidade do que está colocado, do que
financia, do que dá condição daquele espaço funcionar, gerar frente de
trabalho. As coisas não podem ser misturadas!
O
Sr. Sebastião Melo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Renato Guimarães, muito obrigado pelo aparte. Eu quero
contribuir com este debate na seguinte questão: não adianta proibir a venda da
cerveja no posto de gasolina e permitir que a carroça de cachorro-quente, a
dois metros do posto, venda cerveja. Ora, na nossa legislação, o que não falta
são leis boas. O nosso ECA, que é uma Lei infraconstitucional, e outras leis
infraconstitucionais proíbem a venda para menores. Nos postos de gasolina, como
nas boates de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil, quem mais consome
bebida alcoólica são os menores de idade. Então, não se fiscaliza a lei, se
fiscalizássemos, isso estaria resolvido. Essa discussão precisa, na minha
avaliação, ser um pouco mais aprofundada, eu penso que ela é meritória, porque
aprofunda esse debate.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: A Lei tem o seu valor porque ela nos
instiga, coloca-nos a Pauta da Casa para debatermos, mas não dá para misturar.
Eu sinto que não dá para nós sairmos proibindo tudo aqui, porque, se a gente
mistura as funções, pode prejudicar o que está colocado.
Outra discussão que a gente aproveita
para fazer, a partir da proposta do Vereador, é de que há, sim, por meio da
mídia, dos grandes comunicadores deste País, um incentivo para que o
adolescente venha a entender que é bonito e bom consumir bebida alcoólica.
Nesse sentido, nós teríamos de estar discutindo de fato, abrindo uma discussão,
Ver. Cláudio Sebenelo, sobre o papel que a mídia tem.
Hoje, eu tenho, com muita clareza, uma
opinião: jornal e revista são mídia, é comunicação privada, tem dono, escreve e
vende o que quiser; televisão e rádio é concessão pública, é controle social.
Não dá para fazer o que quiser, comercializar do jeito que quiser, vender o
produto do jeito que quiser, emitir a opinião que quiser. Não! Acho que nós
temos de abrir um profundo debate na sociedade brasileira sobre o papel da
comunicação via televisão e via rádio, porque não são propriedades privadas.
Não são, Ver. Aldacir Oliboni. Televisão e rádio não são propriedades privadas,
são meios de comunicação do povo. Portanto, há a concessão para alguém
administrar e não para fazer com que seja algo seu e, a partir daí, utilizar da
maneira como quiser. E aí ocorre essa discussão sobre o que é vendido e como é
vendido: a cerveja, o cigarro. Que tipo de propaganda é feita? Para atrair
quem, mesmo? Sempre associada à venda do cigarro está a propaganda do esporte
radical. E o esporte radical sempre associado a quem? Ao jovem. A cerveja está
sempre associada a atividades que envolvem os jovens.
Buenas,
para finalizar, Sr. Presidente, qual é o resultado disso? Como nós estamos
vendo nas Comissões da Casa que estão tratando da questão da drogadição, é o
aumento cada vez maior do número de adolescentes envolvidos com drogas,
envolvidos com a questão da dependência química.
O debate que o Vereador trouxe é
meritório. Não trouxe pelo eixo correto, eu acho que o Projeto precisa ser
reconstruído numa outra lógica: a de fazer o debate sobre a consciência, sobre
a educação e não sobre a proibição, porque entendo, como o Ver. Sebastião Melo,
que nós já temos leis - e boas leis - que proíbem e nós temos de fazer essas
leis serem aplicadas.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Darci
Campani é o último Vereador inscrito e está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, e
Srs. Vereadores, apesar de estarmos na mesma Bancada, Ver. Renato Guimarães, eu
vou polemizar com V. Exa., mas não no apoio ao Projeto. Conforme o próprio Ver.
João Antonio Dib colocou, já existe outro Projeto tramitando, de autoria do
mesmo Vereador, então é só fazer uma emenda. Não vou apoiar o Projeto pela sua
qualidade. Já na outra intervenção que fiz, exatamente sobre esse outro Projeto
para o qual o Ver. João Dib chamou atenção, chamei a atenção de que Projeto de
Lei não é simplesmente chegar e escrever: “Proíbe-se a venda de bebidas”,
“Proíbe-se o consumo de bebidas”. Infelizmente, esse Projeto de Lei, que, no
mérito, acho positivo, sofre de dois erros. O primeiro é que já há um Projeto
do próprio Vereador. Às vezes ficamos espantados, pois parece que alguns
Vereadores gostam de melhorar as suas estatísticas. Pensa-se que é mais um
Projeto de Lei que foi apresentado, que é uma matéria nova, mas não é, é a
mesma matéria. Esse Projeto de Lei, em sua qualidade, também deixa a desejar,
porque simplesmente proíbe, o que leva o Executivo, que teria que fiscalizar o
Projeto de Lei, à impossibilidade de, depois, fiscalizar, porque não cria
mecanismos como, por exemplo, o tipo de punição. E se for encontrado alguém
bebendo em um posto de gasolina, qual é a punição? É uma multa? É o
cancelamento do alvará? O que é que vai ser feito? Isso deve estar explicitado
no Projeto de Lei, porque senão, feita a lei, depois, o Executivo não tem como
cumprir. Uma lei tem de ter início, meio e fim, com todos os instrumentos
necessários para a sua aplicação. Infelizmente, é a segunda ou terceira vez que
o Ver. Elias Vidal insiste em apresentar leis que depois só servirão para
aumentar o número de leis votadas por esta Casa. Espera-se que, na sua
composição e na sua redação atual, ela não seja aprovada.
No mérito, realmente, eu concordo. Os
próprios administradores de postos de gasolina estiveram aqui na nossa reunião
da CEFOR, e alguns ainda concordam, também; não há consenso entre os
proprietários de postos de gasolina sobre essa estrutura de lojas de
conveniência que vendem de tudo dentro do posto de gasolina.
O posto de gasolina é um local onde
deveria haver uma certa segurança na operação do que está acontecendo ali. Os
operadores estão sempre sendo submetidos a vapores que são emanados pelo
abastecimento - e já foi muito questionado, quando se tinham alguns aditivos
colocados na gasolina, que eram altamente corrosivos -, e as pessoas estão ali,
circulando e fazendo compras num ambiente que não lhes é propício. O próprio
trabalhador tem de ter o cuidado, deveria estar com o equipamento de proteção
individual para não ficar inalando, e as pessoas estão ali como num pequeno shopping. Com o mérito, até, nós
concordamos, mas não conseguimos concordar com a forma como foi escrito o
Projeto de Lei, pois carece de qualidade. Simplesmente proibir não é o
suficiente, temos de dizer as alternativas. Cassa-se o alvará? O que é que se
faz com o proprietário? Aplica multa? Tem de dizer o que é que vai ser feito
realmente.
Estou aqui inscrito para falar também
sobre um outro Projeto de Lei de uma companheira nossa, a Ver.ª Berna Menezes,
que se propõe a iniciar um debate interessante, muito bom, de regulamentação do
art. 24 da Lei Orgânica do Município, que trata da questão de eleição de
diretorias em empresas públicas do Município. Acho que é um assunto bastante
interessante, mas, talvez, tenhamos de melhorar essa proposta no seu conteúdo,
porque ela abre dizendo que é autorizativo. O Prefeito não precisa de
autorização para regulamentar um artigo da Lei Orgânica, ele pode mandar um
Projeto de Lei, dependendo de aspectos que precisem de lei para serem
aprovados, mas não precisaria de um Projeto de Lei autorizativo para
regulamentar um artigo da Lei Orgânica.
E há alguns itens, aqui, também, como por
exemplo: se o eleito não estiver seguindo o que se propôs a fazer quando
eleito, um abaixo-assinado de 50% mais um do total de empregados da empresa
poderão destituí-lo. Acho que é um mecanismo democrático, mas 50% mais um vai
depender do tamanho da empresa. Na Procempa, que tem poucos funcionários, pode
ser fácil conseguir, mas numa Carris, que tem mais de mil funcionários, vai ser
bastante difícil conseguir.
Então, acho que é um Projeto interessante,
mas que ainda merece um grande debate nesta Casa para a sua qualificação.
Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a discussão
de Pauta. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, fiz
questão de ser o primeiro a falar, hoje, em Liderança, primeiro para noticiar a
esta Casa que esteve aqui, ontem, a Secretária da Saúde, e ela confirmou que há
56 mil consultas represadas nas especialidades. Estão represadas desde 1997.
Algumas pessoas já devem ter falecido, outras amputadas, outras curadas - sem
as consultas. Esse é caos na Saúde em Porto Alegre. Existem pessoas, aqui
dentro desta Casa, que querem procrastinar a Comissão Parlamentar de Inquérito,
que querem “empurrar com a barriga”, que querem agradar aos deuses do Olimpo e,
cada vez mais, desnecessariamente, procrastinar essa CPI.
Eu ouvi do Líder do PT alguma coisa que
me ofendeu profundamente, do ponto de vista pessoal. Ele disse que essa CPI se
transformaria num espetáculo eleitoral ou eleitoreiro. Se fosse eleitoral ou
eleitoreiro, Ver. Marcelo Danéris, nós deixaríamos escoar este ano e
começaríamos no ano que vem, que é ano de eleição. De dois em dois anos, há eleições,
qualquer coisa que se fizer aqui é eleitoral ou eleitoreira. Agora, se nós não
pedirmos a CPI, seremos acusados de omissos.
Desgraçadamente, este ano, devido aos
artifícios do Regimento, devido à obstrução propositada contra a CPI, nós vemos
essa tentativa, sob todas as formas, por parte do Partido dos Trabalhadores -
que é réu confesso -, de “botar o lixo para debaixo do tapete” e deixar assim
como está.
O que foi denunciado é gravíssimo. O que
todos os dias a imprensa denuncia é gravíssimo. Neste instante, Vereador,
exatamente neste instante, uma pessoa que foi tratada no Posto de Saúde da Vila
Cruzeiro foi encaminhada para a casa. Uma pessoa violenta, porque não há leito
para baixar em Psiquiatria, vai ser cuidada pela família com sedativos, os quais
ela vai-se negar a tomar. A sociedade está recebendo de volta exatamente essa
extrema dificuldade que tem de chegar a um hospital, de chegar a um
especialista, de chegar a uma consulta inicial.
E eu me ofendi com o que disse o Ver.
Marcelo Danéris, porque esqueceu que este e outros Vereadores que passam ou que
já passaram por esta Casa têm uma história na Medicina, têm uma história de
dignidade, de dedicação e de honestidade. E nós não estamos lidando com um
assunto eminentemente político, nós estamos lidando com solidariedade humana,
com o melhor das relações sociais, nós estamos lidando com um assunto
profundamente técnico e, principalmente, estamos lidando com a incompetência
das Administrações.
E esse libelo que se faz, esse extremo a
que se chega, quando se pede a Comissão Parlamentar de Inquérito, é produto de
um clamor popular de toda a cidade de Porto Alegre, que sofre na pele, no âmago
de sua alma, esse tipo de questão de ver um familiar sem condições mínimas de
atendimento!
Pois, então, dizem que isso é
oportunista, que é eleitoreiro e esquecem que essas pessoas que estão pedindo a
CPI, que esse clamor da população está sendo mandado para as calendas gregas,
empurrado com a barriga, estimulado a sua procrastinação, diretamente
estimulando a procrastinação desse processo, que não teria nem a necessidade de
passar pela Comissão de Constituição e Justiça, porque ele já tem dezenove
assinaturas - é a maioria dos Parlamentares desta Casa. E mais do que isto:
isso, sim, Ver. Marcelo Danéris, é um desserviço que V. Exa. e o Partido de V.
Exa. estão prestando à população de Porto Alegre! Deixe fluir essa CPI,
Vereador! Não a obstrua! A nossa busca é da solução desses problemas! Não
queremos dividendos secundários! Não queremos ganhos secundários a uma CPI, que
trata exatamente da saúde - que é a minha profissão.
E o desrespeito ao Vereador que fala é
porque este Vereador está pedindo a CPI, não porque no ano que vem haverá
eleição, e, muito menos, eu admito que duvidem da minha palavra. Porque quem
pode duvidar da palavra do Partido dos Trabalhadores somos todos nós, que
tentamos negociar, lidar, convencer! E sempre com a mentira, sempre com engodo,
nós temos hoje esse quadro terrível que aí está!
Eu gostaria de medir as palavras e não
ofender ninguém, mas, desgraçadamente, esse é um dos maiores desserviços
prestados por esta Administração, que, em dezesseis anos, não conseguiu plasmar
uma política de saúde no Município suficiente para resolver tais problemas! Eu
exijo respeito à minha pessoa! Eu exijo respeito à população de Porto Alegre!
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa deseja fazer um
esclarecimento, eis que já saíram na imprensa palavras que não são as corretas.
Já se debateu o problema, sem que a verdade fosse colocada. Na quarta-feira
passada, o Presidente recebeu os Vereadores que queriam a Comissão Parlamentar
de Inquérito. Depois da leitura do documento, o Presidente sugeriu que fossem
feitas algumas alterações, o que foi recebido com boa-vontade. Na sexta-feira,
à tarde, marcaram uma hora para entregá-lo, o Presidente recebeu - estavam
presentes os Vereadores Cláudio Sebenelo, Pedro Américo Leal e Beto Moesch -,
e, de imediato, encaminhou à Procuradoria da Casa, não protocolou, mandou em
mãos. Na segunda-feira, à tarde - sábado e domingo a Casa não funciona -,
estava nas mãos do Presidente a posição da Procuradoria, que, sem dúvida
nenhuma, era favorável. O Presidente, por cautela e porque assim determina o
Regimento, entendeu de mandar à Comissão de Constituição e Justiça, e ontem
estava nessa Comissão, quando ela abriu os seus trabalhos.
O artigo 36 do Regimento diz (Lê.):
“Compete à Comissão de Constituição e Justiça:
I - examinar e emitir parecer sobre: a)
aspecto constitucional, legal e regimental das proposições”. E essa era uma
proposição. A Mesa retirou um Projeto de Lei aqui, que passou pela
Procuradoria. Depois entraria em Pauta, e a primeira coisa é que iria à
Comissão de Justiça. Tudo tramitou em mãos para que houvesse celeridade. Então,
a Mesa quer dizer que tem a absoluta tranqüilidade de ter cumprido o Regimento.
O resto não compete à Mesa. A Mesa não procrastinou, a Mesa agiu com a presteza
que deveria ter agido e não há o que reclamar. E o fez regimentalmente.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu queria reclamar, Sr. Presidente.
Reclamar, assim... De 19 assinaturas, como se passasse pelo Plenário e fosse
aprovado, que tipo de cautela existiria numa aprovação primária completa da
Procuradoria? Cautela de quê?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu entendo o
posicionamento de V. Exa., entendo a pressa, a celeridade que V. Exa. quer, mas
devo preservar o Legislativo. Não posso permitir, porque, se deixarmos de ter
um cuidado mínimo, amanhã teremos mais uma CPI que se transformará em pizza.
Tenho responsabilidade, fiz o que
entendia correto. E o fato de ter 19 assinaturas não legaliza, não o faz
correto perante a Lei Orgânica, nem dá constitucionalidade ao fato. Portanto, a
Comissão de Justiça, como acontece no Senado, na Câmara Federal ou na Assembléia
Legislativa, vai dizer. E V. Exa. nem deve ter preocupação, porque a Comissão
de Justiça age com serenidade e com correção, sem dúvida nenhuma. Então, em 48
horas estava nas mãos da Comissão de Justiça.
Nós não podemos dialogar, não é correto
nobre Vereador.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu
queria que V. Exa. explicasse aqui para todos os Vereadores o que é cautela
em relação a esse assunto, que é um clamor público, que precisa rapidamente
começar, porque os fatos diários estão atropelando a Comissão. E por que seria
inconstitucional não encaminhar à Comissão?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Art. 68 do Regimento
(Lê.): “O requerimento de formação de Comissão Parlamentar de Inquérito,
subscrito por, no mínimo um terço dos membros da Câmara” - e tinha dezenove e
não onze - "deverá indicar necessariamente: I - a finalidade devidamente
fundamentada”. A Comissão de Justiça me dirá isso.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: A Procuradoria lhe disse. Ela é
especializada e é para isso.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Todos os processos -
V. Exa. se equivoca - entram na Casa e vão à Comissão de Justiça. Não fiz nada
diferente, Ver. Cláudio Sebenelo. Agora, o resto é os Vereadores cuidarem de
acompanhar o processo.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: E se não mandasse o que aconteceria? Por
isso eu queria perguntar a questão da cautela! Quero que V. Exa. explique para
as pessoas o que é a cautela.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, eu li o
Regimento e cingi-me a ele. Vossa Excelência está duvidando da Comissão de
Justiça? Está duvidando do Presidente? Eu não sei qual é o caso. Mas eu posso
dizer a V. Exa. que fiz com a máxima correção, estou cansado de, de repente,
ser espancado porque tento fazer as coisas com correção. Não é o meu caso.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu, eu ...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Mas, também, não é o
seu caso querer me espancar.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, a Mesa não
dialoga. Eu tenho sido condescendente, tenho sido atencioso. Digo novamente a
Vossa Excelência: eu apenas fiz o que está escrito no Regimento. As proposições
poderiam ser feitas pelos 33 Vereadores e iriam à Comissão de Justiça.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Mostre-me no Regimento uma linha que diga
que o Presidente tem de encaminhar para a Comissão de Constituição e Justiça
esse assunto aprovado pelo Plenário e pela Procuradoria.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vou ler de novo
para V. Exa., para o Vereador não brigar comigo. Vou ler de novo, eu sou
paciente.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu estou dialogando, brigar é outra
coisa. Eu estou em alto nível e com todo o respeito a Vossa Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, não, não, nós não
brigamos, eu não estou dizendo nada. Art. 36 do Regimento (Lê.): “Compete à
Comissão de Constituição e Justiça: I - examinar e emitir parecer sobre: a)
aspecto constitucional, legal e regimental das proposições”. Agora, V. Exa.
poderá me dizer que não fez uma proposição. Vossa Excelência me dirá isso,
talvez?
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Isso é uma definição de Comissão.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, não vai dizer
isso.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Não precisava ter encaminhado, não é?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu também não
precisava ser Presidente da Casa, eu só assumi a responsabilidade. Talvez fosse
isso.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Aí fica muito gozado.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É, eu acho que eu
concordo com Vossa Excelência, eu acho que eu concordo com Vossa Excelência, eu
leio mal e não sou entendido, porque o meu português é muito simples, eu não
falo em termos elaborados.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Antonio Dib, demais
Vereadores, Vereadoras, pessoas que nos assistem aqui e também nas suas casas,
como Vice-Presidente do Partido Comunista do Brasil em Porto Alegre e membro da
sua Comissão Política Estadual, eu queria manifestar, neste tempo de Liderança,
a opinião dos comunistas sobre as eleições municipais de 2004 e sobre as
tratativas entre as diferentes forças políticas visando ao pleito eleitoral que
se avizinha.
Em primeiro lugar, temos a compreensão de
que essas eleições transcenderão o mero significado local, assumindo o caráter
de uma avaliação dos avanços do Governo de unidade nacional do Presidente Lula.
Portanto, é recomendável que coloquemos acima das eventuais divergências locais
o interesse maior da defesa do Governo Lula e da luta pelas transformações
sociais com as quais estamos comprometidos. Exatamente por isso devemos tratar
todos os Partidos que fazem parte da base de sustentação do Governo Lula como
aliados potenciais nas eleições de 2004. Conscientes de que nem um Partido
sozinho, por melhor que seja, será capaz de retirar o Brasil da profunda crise
em que foi lançado e realizar as transformações sociais que a Nação exige,
impõe-se romper com todo tipo de postura arrogante ou exclusivista e, a exemplo
de Lula, trabalhar com a máxima amplitude, seja na formação das chapas
majoritárias para os Executivos Municipais, seja na composição dos futuros
Governos.
Especificamente nas eleições para a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o PCdoB defende a construção de uma chapa
plural dentro do campo das forças que sustentam o Governo Lula, isto é, com o
candidato a Prefeito de um Partido e o candidato a Vice-Prefeito, de outro
Partido. Entendemos que Porto Alegre conquistou importantes avanços nesses últimos
15 anos, por meio dos sucessivos Governos da Frente Popular, invertendo
prioridades para atender os bairros da periferia e os segmentos mais
empobrecidos da população, criando mecanismos de participação popular e de
controle da gestão pública, como o Orçamento Participativo, as conferências
municipais, os congressos da Cidade, etc., garantindo o equilíbrio financeiro
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não por acaso o povo de Porto Alegre
reelegeu esse projeto por quatro vezes, mas nada é perfeito, e mais ainda pode
ser feito e aprimorado. Por outro lado, o PCdoB, cada vez mais enraizado nos
movimentos sociais da Cidade, ativa presença na vida política do Município,
partícipe da administração de Porto Alegre, aspira contribuir, ainda mais para
os necessários avanços administrativos da Capital de todos os gaúchos. Nesse
sentido, o PCdoB deliberará, nesse sábado, em sua Conferência Municipal, entre
o nome do economista Edson Silva, ex-Deputado Federal, ex-Secretário de Obras
do Estado do Rio Grande do Sul e atual Secretário Municipal de Captação de
Recursos e Relações Internacionais, e o nome da Deputada Estadual Jussara Cony,
como indicação do PCdoB para compor a chapa majoritária, como candidatos a
Vice-Prefeito. Assim sendo, convidamos todos os Vereadores desta Casa,
especialmente os do campo popular, para estarem presentes no ato político da
nossa Conferência Municipal, na Igreja da Pompéia, nesse sábado, às 10 horas,
quando estaremos colocando essa visão do PCdoB, que será examinada e definida
durante à tarde. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, nós achamos que o Sr. Presidente da República tem viajado demais.
Como se isso não bastasse, S. Exa. - olhem só - vai ao continente africano, à
África, e lá, ao encontrar os políticos, passa a impressão de que sobra
dinheiro no Brasil, pois está a dizer que o Brasil tem um dívida para com a
África e que pode ajudá-la. Eu não sei se o Presidente Lula está vivendo em
outro planeta, talvez, ou vivendo absorvido pela figura dos países ricos,
talvez tentando imitar o Bush, que anda pelo mundo oferecendo dinheiro, etc. e
tal. Mas, olha, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos muitas “áfricas”
dentro do Brasil. Se nós caminharmos em Porto Alegre, nós veremos as “áfricas”
de Porto Alegre e do Brasil. Então sai o Presidente - quixotescamente - a ser
recebido pelo mundo como se fosse o chefe de um País rico: “Olha, vamos ajudar,
porque temos uma dívida com a África”. É verdade! Temos uma dívida com a
África, de solidariedade pela escravidão. Agora, chegar-se ao ponto de fazer
passar aos países ricos - e, quando o Presidente da República está pelo mundo,
a imprensa internacional está divulgando -, que estão vendo essas atitudes um
tanto irresponsáveis, que nós vamos ajudar, quando nós temos problemas
seriíssimos, graves, gravíssimos, o que será que acham?!
Uma questão grave, que pulula, hoje, no
País, nesta Cidade, neste Estado, é a da Saúde, por exemplo, onde foram feitos
cortes significativos - deu no que está dando! Nós estamos aqui na ponta do
sistema, vamos dizer assim, da operação, e as conseqüências estão aí: uma
verdadeira crise sem precedentes na história da Saúde do Município, sim, mas na
do Estado também. É algo muito grave! E o Presidente da República por aí,
dizendo: “Olha, nós vamos ajudar esse e aquele País”. O que dirão os Estados
Unidos, aquela nação forte, rica, diante desse festejo que faz o Presidente da
República?
Então, fica aqui, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o nosso espanto, porque o Presidente efetivamente precisa ficar
mais no País, visitar as “áfricas”, o que tem de fazer é sair a visitar as
“áfricas” do Brasil. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Exmo. Ver. João Antonio Dib, insigne
Presidente desta Casa; colegas Vereadoras e colegas Vereadores, eu estava, Ver.
Reginaldo Pujol, a meditar. Eu conheço e respeito a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, como respeito todas as Bancadas desta Casa. Vereadores Reginaldo
Pujol, Dr. Goulart e Cláudio Sebenelo, quando eu coloquei a assinatura para a
propositura da CPI, eu dizia ao Ver. Cláudio Sebenelo: “Dirija-se à Liderança
do Governo e peça que eles assinem primeiro”. Eles querem a transparência, e a
CPI vai mostrar. Quem não tem nada a esconder... Isso para que a gente possa
passar a limpo a questão da área da saúde em Porto Alegre.
Eu não estou entendendo nada, porque
aqueles que, na nossa avaliação, deveriam ser os primeiros a defender a CPI,
querem “botar a CPI na gaveta”. E eu respeito por demais o Presidente desta
Casa, Ver. João Dib, grande Vereador, extraordinário Vereador, mas ele, às
vezes, é radical na cautela. O que diz o nosso Regimento? Com um terço da Casa
assinando, compete ao Presidente instalar a CPI. E eu não conheço, na história
desta Casa, a necessidade da oitiva da Comissão de Constituição e Justiça para
instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Mas, mesmo que proceda pedir-se
a oitiva - e eu acho que o Presidente está agindo com cautela -, eu pergunto,
Ver. Reginaldo Pujol: Vossa Excelência está arrependido de ter assinado o
pedido de CPI? Vossa Excelência vai mudar? Ver. Wilton Araújo, Vossa Excelência
vai mudar? São 19 assinaturas! E por mais que seja respeitável a decisão de um
Presidente, quem decide por esta Casa é o seu Plenário.
Ver.ª Margarete Moraes, eu gosto de V.
Exa., mas não aceite esse papel, Vereadora; não aceite o papel de levar sete
dias para dar o parecer; não aceite o papel de atender a um pedido de vista,
por mais 24 horas, de um colega de sua Bancada e não permita que outro parecer
leve 15 dias. Não faça isso, Vereadora, V. Exa. que, inclusive, poderá ser a
Presidenta desta Casa!
Nós conhecemos o Regimento da Casa e
sabemos o que V. Exas. vão fazer, mas V. Exas. estão fazendo isso contra a
população! Vejo atentamente o Ver. Aldacir Oliboni prestando atenção, porque é
um homem da Saúde. Elegeu-se com o discurso da Saúde, e eu quero esse
companheiro na luta da Saúde!
Eu não sou daqueles que acham que CPI já
sai incriminando alguém, a não ser que alguém esteja se auto-incriminando. Aí,
eu quero dizer que não contem comigo, porque eu sou do Estado Democrático de
Direito e sou do contraditório. E quero dizer que todos têm direito à defesa e,
portanto, ninguém aqui vai ser condenado por antecipação. A não ser que alguém
esteja se condenando por antecipação, porque comigo não vão contar com essa
condenação antecipada, pois direito sem contraditório não é direito. Direito
sem ampla defesa, não é direito! E ninguém é réu nessa ação aqui por
antecipação.
Nós, ontem, presenciamos mais uma cena,
Ver. Dr. Goulart, mais uma cena, quando a Sra. Secretária disse que há
represadas 56 mil consultas especializadas, e as suas colaboradoras disseram
haver consultas de 2001, de 2000, de 1999 que não foram atendidas! E aí nós os
questionamos: “Mas V. Sas. poderiam dizer para nós dessas estatísticas com mais
precisão?” O que é que disse a nossa responsável pela Central de Marcação, Ver.
Dr. Goulart? Que não tinha condição de respondê-la. “Mas, V. Sa. pode remeter
os documentos?”, “Nós estamos em fase de construção dessas consultas
represadas.”
Essa CPI, por exemplo, se não pudesse
chegar a outro lugar, poderia, por exemplo, descobrir onde é que anda o
ex-Secretário da Saúde! Dizem que foi contratado de novo pelo Governo, eu não
sei onde anda! O anexo do Pronto Socorro, que era para ser entregue nesses
últimos três anos, para o dia 31, o que é que está havendo, Ver. Dr. Goulart?
Vossa Excelência tem resposta para isso? Ver. Cláudio Sebenelo, V. Exa. tem
resposta para isso?
Então, nós queremos aqui, com toda a
tranqüilidade, fazer um apelo à Bancada do Governo, fazer um apelo ao Ver.
Renato Guimarães, que é da Comissão de Saúde, a Ver.ª Margarete Moraes, que
merece uma extraordinária consideração: Vereadora, não aceite esse papel! Não
faça esse ato procrastinatório; V. Exa. é uma mulher da Cultura, uma Vereadora
dedicada à Cultura; V. Exa. vai ser muito bem assessorada pela Procuradoria do
Município, mas não faça esse papel! O nosso povo sofrido das ruas quer, na
verdade, passar a limpo, e nós queremos construir, por intermédio dessa CPI,
uma alternativa de melhor financiamento para a Saúde, para a gestão da Saúde.
Ninguém aqui vai jogar pedra em ninguém.
Sr. Presidente, agradeço pela tolerância.
Ver. Cláudio Sebenelo, pode demorar uma semana, pode demorar duas, porque, na
verdade, vão levar sete dias, mais um pedido de vista e mais sete dias. Eu
penso que, daqui a uns 17 dias, este Plenário vai, pela vontade da sua maioria,
instalar a CPI da Saúde, e nós vamos fazer uma boa marcha na defesa da vida.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem aqui e aqueles que
nos acompanham pelo Canal 16, há um sentimento por parte da oposição desta
Casa, um sentimento já exposto pelos Vereadores que me antecederam aqui. Há uma
vontade explicitada por meio de um Requerimento, pela maioria desta Casa, para
que a CPI da Saúde se instale e instale-se com rapidez, com proficiência, com
seriedade, com serenidade. É assim que a Casa deve-se comportar. Infelizmente,
vemos e ouvimos que o Requerimento anda pela Casa: vai à Procuradoria, volta da
Procuradoria, vai à Comissão de Justiça e, por essas coisas da democracia,
acaba sendo sorteado o Processo, e o sorteio dá exatamente para alguém da
situação.
(Aparte anti-regimental do Ver. Renato
Guimarães.)
Não há bingo que resista a uma sorte como
essa. Se isso acontecesse nos bingos da Cidade, certamente todos quebrariam.
Eu quero tratar com muita seriedade esse
assunto...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu
solicito a atenção e o respeito de V. Exa. para o orador que está na tribuna.
O
SR. WILTON ARAÚJO: Obrigado, Sr. Presidente. Quero tratar
desse assunto com muita seriedade, com muito respeito, porque a população de
Porto Alegre, aquela que está nas filas, aquela que paga senha, aquela que é
amputada, aquela que tem a sua calota perdida e outras coisas que acontecem no
cotidiano do caos da Saúde em Porto Alegre, merece o respeito desta Casa! Há
agilidade desta Casa para assuntos que são do interesse do Executivo, por
exemplo, há uma velocidade bárbara aqui. Todos nós concordamos que a Cidade tem
de ser ágil, tem de ser proficiente, a Câmara tem de se colocar à disposição do
Executivo para que a Cidade tenha mais e melhor.
Debrucei-me sobre o assunto, Ver. Dr.
Goulart, Ver. Cláudio Sebenelo, fiz uma pesquisa comparativa entre os recursos
que foram enviados no ano de 2002 para a cidade de Porto Alegre e os recursos
que foram enviados para o SUS no ano de 2003 para a cidade de Porto Alegre. Ano
de 2003, ano do Presidente Luiz Inácio; ano de 2002, ano do Presidente do
Fernando Henrique. Vejam a surpresa que nos trazem esses dados, Srs.
Vereadores. Será que esses dados não seriam importantes na CPI, Ver. Dr.
Goulart ? Eu acho que sim. A diferença dos meses entre janeiro e setembro deste
ano e os do ano passado é de - valor nominal, sem atualização - 43 milhões, 877
mil e 610 reais, a menos, 43 milhões a menos! Se atualizarmos esses valores, ou
seja, se eles fossem aplicados nos meses de janeiro, fevereiro - aplicamos o
indexador real, o IGP -, sabe quanto somariam hoje? Seriam 117 milhões, 670 mil
e 956 reais. Seriam 118 milhões a menos do que a Saúde de Porto Alegre recebeu
no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que é administrada pela Frente Popular
do mesmo Partido! Não bastasse o caos e a má-administração do município de
Porto Alegre, o Presidente está dando uma mãozinha! Não mandou 118 milhões,
Ver. Sebastião Melo! O Presidente Lula não mandou 118 milhões que deveria ter
mandado para a Saúde de Porto Alegre! Onde está a força e a vontade da Frente
Popular, nesta Cidade, para, no mínimo, exigir que se mande o dinheiro da
Saúde? E será que isso não é interessante de ser discutido na CPI, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores? Assuntos como esse, a Cidade precisa ficar
sabendo. Vamos abrir essa “caixa-preta”! Trocam o Secretário, mas não trocam a
Administração, que é péssima, e que o Lula ajuda. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Dr. Goulart
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, João Antonio Dib; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, durante muito tempo, eu entendia que nós
resolveríamos contra a maneira de pensar do ex-Secretário Municipal de Saúde de
instituir uma CPI. Eu imaginei durante muito tempo isso. Eu que tenho me
comprometido com essa luta da Saúde, com essa afirmação do SUS. Depois, eu
fiquei em dúvida, quando, antes de eu demonstrar aqui no Parlamento a ação da
PGM contra o Secretário Kliemann por acúmulo de empregos - que era do que ele
acusava os médicos -, ele se demitiu. Ele se demitiu antes de começar o
Plenário, após o último recesso, porque durante o recesso, eu levantei os
dados, e ele se demitiu antes que aqui eu trouxesse. Então, chega a Secretária
Sandra Fagundes, e eu imaginei: a Secretária vem com boa disposição, mulher de
diálogo, mulher inteligente, mulher conhecedora da Saúde - ela trabalhou
durante muito tempo com o Secretário Osmar Terra, no Governo do Britto. E, aí,
depois, foi para oposição e, agora, ela faz parte da Frente Popular.
Mas, ontem, meus queridos Vereadores, eu
fiquei perplexo. Ontem, na Comissão de Saúde, tomou-me conta, novamente, a
perplexidade, quando as responsáveis pelo controle da marcação de consulta não
conheciam seus números! Eu fiquei com pena! Mais do que perplexo, tomou-me,
depois, o sentimento de pena, porque as meninas estavam enlouquecidamente
apavoradas com as perguntas dos Vereadores, que tomavam o cuidado de não
constrangê-las, uma vez que a Secretária estava muito ocupada e teve de sair na
metade da reunião. A Secretária retirou-se, porque tinha outra coisa mais
importante para fazer, e lá ficaram suas representantes, que não sabiam quantas
consultas. Não sabiam quais as consultas que precisavam de resolução. Aí eu
comecei a pensar: nós vamos ter de nos debruçar sobre a CPI mesmo.
E aí eu digo: Ver. Dib, tome cuidado, mas
não muito! Tome cuidado, porque isso pode ser uma explosão política nesta
Cidade e não peça mais vistas, não peça mais, não constranja os Vereadores
mais, Presidente. Deixe rolar, porque coisas vão aparecer, que vocês nem
imaginam! As licitações vão ser um problema muito mais grave do que a falta de
consulta. O anexo do Pronto Socorro, pela oitava vez, iria ser entregue no dia
31 de outubro, e eu me preparei para ir lá. Arrumei o meu melhor terno e pensei
que seria convidado, porque eu tenho falado. Eu disse: “Vou lá, porque isso vai
desaguar aquelas pessoas que estão nos corredores do Pronto Socorro”. Mas o
anexo não foi entregue pela oitava vez, Ver. Haroldo de Souza, não foi entregue
pela oitava vez! Aí tem. Nessa licitação, há problemas! E nós sabemos que é a
tônica das licitações do Governo, quase todas têm problemas. Ninguém entrega na
hora certa. Lá pelas tantas, quebra a firma. O que está havendo, Presidente
Dib? Presidente Dib, não deixe procrastinar, porque eu não queria mais saber da
CPI, falei para a oposição: “Vamos construir de outra maneira”, pois estávamos
tentando construir de outra maneira, mas agora estou certo de que precisa. Não
me vem nenhuma dúvida mais, quando o gestor não conhece seus números, quando as
meninas estavam aterrorizadas ontem frente à pergunta dos Vereadores, Ver.
Cláudio Sebenelo, e é uma responsabilidade.
Os médicos nos pedem: “E aí, Vereador?”
Os pacientes nos perguntam: “E aí, Vereador?” E eu pergunto: e aí, Presidente?
Nós não podemos parar. Existe um momento de felicidade do Ver. “Renatinho”
Guimarães, meu querido companheiro da Comissão de Saúde, que ele diz e está
transcrito na Comissão de Saúde: “Eu acho até que vou querer esta CPI mesmo,
para clarear como não tem nada de errado”. Estava certo ele. O Governo tem que
querer a CPI para dizer que nós estamos dizendo coisas que não são reais. Que
bom que fosse assim. E nós queremos, porque nós devemos para a sociedade uma
resposta a essa má-administração.
E, para encerrar, Ver. Dib, eu quero
dizer a V. Exa. que eu ainda não vi a fita, a fita que me foi prometida do
PAM-3, eu ainda não vi, ainda não fui chamado para ver. Não fui convidado -
querido Vereador Renato Guimarães, com todo o respeito, não poderei adivinhar!
Eu trabalho, trabalho, trabalho, mas não consigo ser adivinho! Se se reuniram
para ver, eu não fui convidado, eu que fiz o Requerimento, não fui convidado.
Adivinho não sou! Bruxo ainda não sou! Gostaria de ser para, com uma varinha de
condão, poder melhorar a situação da Saúde em Porto Alegre. Não sou adivinho!
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Goulart, a
Mesa informa que alertou aqui que hoje, às 10h30min, na reunião da Mesa e
Lideranças, a fita seria mostrada, e foi, mas V. Exa. pode ver, não há problema
nenhum. Agora, se o Vereador se ausenta do plenário, não posso responder pelo
fato. Pode ver a fita, sem nenhum problema.
O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, público que nos acompanha pela TVCâmara, vejam bem que a própria
fala de alguns Vereadores, aqui, justifica não só a ação da Mesa como também a
nossa ação de Plenário. Os Vereadores dizem: “Quem não deve, não teme”. Então,
quem não deve, não teme!
Se a CPI está bem, por que a CCJ não pode
falar? Por que querem impedir que a CCJ fale? Ver. Reginaldo Pujol, o Ver.
Wilton Araújo colocou em dúvida, inclusive, o sorteio feito pela CCJ. Sou
testemunha de que foi feito de forma lisa, correta e democrática, como deve
ser. Agora, alguns dizem: “Não, mas foi sorteado alguém da Bancada governista”.
Ora, se há 19 assinaturas da oposição, se fosse sorteada a oposição, o parecer
também já estaria pronto? Seguindo a lógica de alguns Vereadores, da mesma
forma, se eleito alguém da situação, estaria esse parecer também pronto? Ora,
se dos dois lados o parecer estaria pronto, nada mais democrático do que
realizar o sorteio. Mais ainda: querem investigar a Saúde, querem
esclarecimentos, e dizem aqui os Vereadores que defendem isso que a Secretária
Sandra Fagundes esteve na Câmara!
Ora, se a Câmara de Vereadores está sendo
prestigiada pela própria Secretária, que vem à Comissão de Saúde responder
todas as suas dúvidas, Ver. Dr. Goulart, ao contrário, nós temos aqui a
Comissão da Saúde, nós temos aqui a possibilidade de fazer uma Comissão
Especial e nós mais a presença da Secretaria de Saúde na Câmara de Vereadores
para prestar todos os esclarecimentos possíveis, e mais, para pedir parcerias
para melhorar a saúde pública de Porto Alegre.
Agora, o que nós temos de fazer é um
movimento em defesa da Saúde Pública de Porto Alegre. Ver. Cláudio Sebenelo, V.
Exa. que é o representante médico e da saúde da Câmara Municipal, em nome da
oposição, o senhor responde hoje, em nome da saúde em Porto Alegre pela
oposição, o que não podemos fazer é um desserviço à saúde de Porto Alegre,
porque é nesse momento que nós negociamos mais recursos para a Saúde Pública de
Porto Alegre. Esse é tema que o Ver. Wilton Araújo reclamou, mas o Ver. Cláudio
Sebenelo insiste em prejudicar as negociações. Enquanto alguns querem
espetáculo político, nós estamos trabalhando em defesa da Saúde Pública, Ver.
Dr. Goulart! Está aqui (Lê.): ”Núcleo Mama acompanhará 10 mil mulheres por 10
anos”. O câncer de mama, tantas vezes levantado pelo Ver. Dr. Goulart aqui.
(Aparte anti-regimental do Ver. Cláudio
Sebenelo.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não é permitido aparte
anti-regimental.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: O Ver. Cláudio Sebenelo não tem condições
emocionais nem para fazer o debate em plenário e quer pedir CPI. Não diz que
não é espetáculo e vem fazer gritaria no plenário. Diz que quer investigar
seriamente a Saúde, mas fica fazendo gritaria no meio do plenário. É com essa
condição emocional que o Ver. Cláudio Sebenelo quer dirigir uma CPI sobre a
Saúde. E vai dizer que não é espetáculo? Ora, vejam! Nós temos que proteger a
Saúde de Porto Alegre desse tipo de gente que quer fazer política em cima do
sofrimento dos outros. Ora, não me venham com essa de quem não deve não teme.
Se fosse quem não deve não teme, Ver. Sebastião Melo, nós iríamos fazer uma CPI
sobre a gestão do Dr. Goulart em Cachoeirinha; nós faríamos uma CPI sobre a
gestão do Ver. Cláudio Sebenelo no GHC. Quem não deve não teme!
(Aparte anti-regimental do Ver. Cláudio
Sebenelo.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Sr. Vereador, eu peço
respeito no plenário. Ver. Cláudio Sebenelo, eu peço atenção e respeito no
plenário. Vossa Excelência foi ouvido atentamente.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: O Ver. Cláudio Sebenelo não tem
condições emocionais. Não tem condições emocionais sequer para fazer um debate
no plenário, mas quem não deve não teme, Ver. Cláudio Sebenelo! Por que o
senhor está tão nervoso? Quem não deve não teme! Vão fazer CPI sobre tudo
agora!
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu solicito a atenção
dos Srs. Vereadores para o tempo. Eu solicito a atenção dos Srs. Vereadores.
Democraticamente, educadamente, eticamente, nós devemos ouvir os nossos
adversários.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Eu espero que consiga fazer pelo menos
um debate democrático sem se alterar. Temos de ter condições emocionais e
políticas para tratar de um assunto sério como a Saúde de Porto Alegre e não
ficar invadindo setores da saúde, tentando criar espetáculos e “denuncismos”
para ganhar politicamente e eleitoralmente, para não agregar absolutamente nada
nas condições de saúde do nosso Município. O Ver. Dr. Goulart traz, inclusive,
temas que nem sequer estão no pedido da CPI; licitações, anexo do Pronto Socorro,
não estão nem na CPI da Saúde, Ver. Dr. Goulart. Como é que o senhor vai tratar
disso? Então, quem sabe, a gente chama a Comissão Especial, porque aí, sim, o
tema é amplo e a gente pode tratar de tudo isso, e queremos tratar. O que nós
não queremos é um espetáculo, não queremos prejudicar a Saúde do Município. Nós
queremos proteger Porto Alegre daqueles que querem fazer exploração política. A
Saúde Pública não se presta à disputa partidária; a Saúde Pública tem de ser
protegida daqueles que querem ganhar eleitoralmente seus mandatos. Isso é o que
nós temos de fazer e nós temos toda a disposição para fazer esse trabalho. Nós
estamos fazendo o programa de acolhimento, nós estamos buscando recursos em
Brasília, nós estamos informatizando os postos, nós estamos fazendo o trabalho
do câncer de mama, tudo isso nós estamos fazendo com o compromisso daqueles
homens e mulheres públicos que querem defender e melhorar a Saúde de Porto
Alegre, e não fazer exploração política da mais rasteira em véspera de ano
eleitoral. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
(Manifestação no plenário.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu peço a atenção dos
Srs. Vereadores, nós estamos procurando solução, e não agressão. Por favor,
Srs. Vereadores, um pouco mais de paciência, um pouco mais de calma.
Evidentemente, quem utiliza a tribuna o faz com responsabilidade e sabe o que
está fazendo. Todos têm de ouvir, todos têm oportunidade depois de contestar ou
não.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero
deixar muito claro que não era, nem de leve, minha intenção ingressar neste
debate que se instalou aqui na Casa a respeito do ato de V. Exa., que entendeu,
dentro das suas prerrogativas de Presidente da Casa, de encaminhar o pedido de
constituição da Comissão Parlamentar de Inquérito, assinado por 19 Srs.
Vereadores, a exame da Comissão de Constituição e Justiça, que,
regimentalmente, pode ser acionada por V. Exa., quando entender assim ser
oportuno. Quero, para que dúvida não paire, dizer que, tendo recebido essa
solicitação de V. Exa. com o pedido de exame urgente da matéria, procedi, como
é tradição na nossa Comissão em qualquer assunto polêmico, o sorteio do
Relator, tendo o sorteio recaído na figura da Ver.ª Margarete Moraes,
Vice-Presidente da nossa Comissão, pessoa portadora de todas as credenciais
para oferecer ao debate e à decisão da Comissão um parecer que poderá ou não
vir a ser acolhido, eis que a Comissão, regimentalmente, delibera por maioria.
Faço isso - até como uma homenagem
àqueles que fizeram referência a essa situação, de nós termos abdicado de uma
prerrogativa de Presidente e optado pelo sorteio - dizendo que, na Comissão de
Constituição e Justiça, é uma tradição, em todas as matérias polêmicas que lá
chegam, sortear, entre os integrantes da Comissão, aquele que deverá oferecer o
parecer. Essa tradição foi inaugurada pelo hoje Vice-Presidente da Casa, Ver.
Elói Guimarães, que, por longos anos, presidiu a Comissão de Constituição e
Justiça, onde primava por enfrentar essas situações de matéria polêmica,
sorteando entre os integrantes da Comissão, aquele que deveria oferecer o
parecer. Quanto a isso não há novidade nenhuma.
Quanto à circunstância de que a Comissão
possa ser utilizada como um elemento postergador das deliberações da Casa,
nesse sentido, eu quero tranqüilizar a todos, conhecendo a forma com que a
Comissão tem trabalhado, que nós haveremos de deliberar sem pressa, mas também
não haveremos de deliberar de forma a contribuir para qualquer espécie de
medida protelatória que isso possa envolver. Na próxima terça-feira,
aguardaremos o parecer da Ver.ª Margarete Moraes e iremos deliberar sobre ele
na forma regimental.
Não posso, Sr. Presidente, nessa linha de
raciocínio, dizer que, de certa forma, têm razão aqueles que se surpreendem com
a circunstância de que, pela primeira vez na história deste Legislativo, um
Requerimento pedindo uma Comissão Parlamentar de Inquérito tenha recebido esse
tipo de encaminhamento. Mas também, não querendo ser agradável com todos, não
posso desconhecer que a matéria tem resguardo regimental, ainda que
politicamente cada um responda pelos atos que assume. Não me cabe justificar a
atitude de quem quer que seja, tão-somente explico - e não justifico -,
apresento as coisas que ocorrem na Comissão que presido.
Ver. Cláudio Sebenelo, diretamente
interessado no assunto, tranqüilize-se, V. Exa., pois a Comissão de
Constituição e Justiça não será biombo para nenhuma medida protelatória, até
porque, de certa maneira, eu concordo com aqueles que dizem que nós temos uma
realidade muito especial, que é a circunstância de esta Comissão ter sido
requerida por 19 Srs. Vereadores, ou seja, a maioria absoluta da Casa.
Diante disso, quero, com toda a tranqüilidade,
somar-me ao discurso do Ver. Sebastião Melo quando este promove a reafirmação
daquilo que, no meu entendimento, teria de ser sempre - e não tem sido neste
País, infelizmente -, a linha dos trabalhos de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito, a qual não pode, de antemão, condenar ninguém, prejulgar ninguém.
Lamentavelmente, estabeleceu-se neste País a idéia de que a mera constituição
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar qualquer coisa é, por
antecipação, uma condenação. Isso, lamentavelmente, é um vezo com o qual nós
procuraremos contribuir de forma diferente, porque eu entendo, quando assinei o
Requerimento para a constituição dessa Comissão Parlamentar de Inquérito, que
não estaríamos iniciando nesta Casa nenhuma caça às bruxas, e sim pretendíamos,
por meio desse instrumento parlamentar legítimo, buscar o esclarecimento de
situações conflitantes na cidade de Porto Alegre, que realmente merecem ser
esclarecidas.
Nessa linha, concluo, Sr. Presidente,
dizendo que, por minha tradição e por minha formação - e até porque, sempre
tive muita cautela com relação a instalações de Comissões Parlamentares de
Inquérito, sabem os colegas da oposição quantas vezes ofereci a eles
ponderações a respeito dessa constituição, sabem, não é novidade nenhuma -,
entendo que, no presente momento, tamanho é o volume de situações que se
renovam nesta Cidade - e não é na sua Cachoeirinha, Ver. Dr. Goulart -, que não
podemos ter outro caminho senão buscar, pelos meios legais e dentro da mais
absoluta legalidade, esclarecer essas situações alarmantes, que estão a ocupar
e preocupar a vida de todos os porto-alegrenses, que têm com esse assunto a
devida responsabilidade. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Solicito à Ver.ª Maria
Celeste que assuma a presidência para que este Vereador possa fazer uso do
tempo de Comunicação de Líder do seu Partido, o Partido Progressista.
(A Ver.ª Maria Celeste assume a
presidência dos trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra. Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu fico satisfeito que o Ver. Reginaldo Pujol, com a isenção que o
caracteriza, tenha dito nesta tribuna que o Presidente tinha atribuições para
encaminhar o Requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito para a Comissão
de Justiça. O Ver. Reginaldo Pujol lembrava - eu falei a ele, e ele ainda me
disse - que tudo passa pela Comissão de Justiça. Eu acho que não procedi mal.
Eu desejo lembrar que, no ano passado, foi votado aqui um Projeto de Lei sobre
os animais nos circos. E não deram tempo, foi muita pressa para votar, mas
depois foi utilizada a Tribuna Popular por um proprietário de circo, e aí
muitos Vereadores gostariam de não ter votado da forma como votaram. Foi uma
diferença, só, de 48 horas. Só!
Eu desejo lembrar que o Ver. Haroldo de
Souza, quando chegou aqui nesta Casa, preocupado com o problema da Habitação,
queria uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os problemas da Habitação e
constituiu, inclusive com a minha assinatura - eu teria assinado se me tivesse
levado esse documento, eu também teria assinado o pedido da Comissão
Parlamentar de Inquérito -, mas o Ver. Haroldo de Souza colheu as assinaturas
em um documento feito por este Vereador e mais dois assessores da Casa. Aí
disseram que não, que era muito pouco o que estava ali, objeto definido, era
muito pouco e trocaram por 19 itens, e aí a imprensa comemora uma pizza na Casa do Povo de Porto Alegre.
Trouxeram-me, na quarta-feira passada, essa proposição, eu olhei e disse: “Vai
dar a mesma coisa, é melhor que se reexamine”. Até me agradeceram, na
sexta-feira, por eu ter colocado aquele ponto.
Agora, vejam a situação do Presidente. Eu
não tenho nenhuma convicção de que haja objeto definido e, se eu tenho dúvidas,
o que é que faz o meu dever de preservar o Legislativo? Mandar para a Comissão
de Justiça. Há problema na Comissão de Justiça? A maioria é da oposição, são
quatro contra três. Há problema na Comissão de Justiça? E na sexta-feira
pode-se fazer outra convocação, é normal, pois as Comissões se reúnem às terças
e sextas-feiras. Não reúnem, porque não querem.
Então, eu não vejo onde é que eu falhei.
Por meses, discutiram: faz, não faz; leva, não leva, e, quando chegou na mão do
Presidente, solicitei urgência para a decisão, solicitei urgência, sim, eu não
tive a atenção dos meus pares, pelo menos, de alguns deles, para ver que eu
estava agindo com correção dentro do que preceitua o Regimento, a Lei Orgânica
e a Constituição. Eu não falhei em nada, eu não fiz nada de errado; eu apenas
tive cautela, só cautela. Agora, se a Comissão de Justiça entender que está
correto, eu não tenho mais o que fazer, eu não terei mais dúvida, eu vou ter de
endossar. Eu não sei quantos dos Vereadores leram o Parecer da Procuradoria. Os
três primeiros parágrafos repetiram os do Requerimento da convocação, depois
dizendo que é legal e regimental.
Eu sou engenheiro, eu não sou jurista. Só
sei que dois mais dois é igual a quatro, sempre. E, se quiserem mudar essa
regra, vai ser complicado, eu não vou entender.
Então, eu pediria àqueles que realmente
desejam solução que apressem os seus próprios colegas, os 32 Vereadores estão
aí em busca de solução, o Presidente é sozinho ali, as Comissões estão nas mãos
dos 32 Vereadores, apressem os seus colegas, vamos solucionar, vamos fazer
sexta-feira a reunião.
Portanto, eu não entendo porque deva ser
agredida a Presidência, que apenas teve a responsabilidade e a cautela
necessária para preservar o Legislativo, que eu aprendi a amar. Eu quero também
dizer que só sou Vereador de manhã, de tarde, de noite, sete dias por semana e
assim eu procedi toda a minha vida. Saúde e paz! (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregoamos a Emenda nº
04 ao PLL nº 016/03, que estabelece a obrigatoriedade da Triagem Auditiva
Neonatal Universal, ou Teste da Orelhinha, em recém-nascidos nos hospitais e
maternidades do município de Porto Alegre, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni.
Apregoamos, também, a retirada de
tramitação da Emenda nº 02 ao PLL nº 016/03, de autoria do Ver. Aldacir
Oliboni.
Passo a presidência dos trabalhos ao Ver.
João Antonio Dib.
(O Ver. João Antonio Dib reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum,
passamos à
Requerimento nº 196/03, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que solicita autorização para representar a Câmara
Municipal, no Instituto Tancredo Neves, no evento “Políticas Públicas e o
Desenvolvimento das Cidades”, nos dias 12, 13 e 14 de novembro, em Brasília,
conforme correspondência em anexo.
Em votação o Requerimento do Ver.
Reginaldo Pujol, e será dentro dos limites estatuídos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Além do material que já está em mãos dos
Srs. Vereadores, há os seguintes Projetos para serem apreciados, sendo que um
deles é sobre decretação de Utilidade Pública: PLL nº 137/03; PLL nº 140/03;
PLL nº 166/03; PLE nº 031/03; PLL nº 150/03; PLL nº 200/03.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2808/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 137/03, de autoria do Ver.
Dr. Goulart, que denomina Praça Placido Toniolo um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Petrópolis.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro:
pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora
Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-11-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
137/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2846/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 140/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que denomina Rua Romano Rolando Botin um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema III.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em
29-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
140/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3208/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 166/03, de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, que denomina Rua Antonio Bastos um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila:
pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Zé Valdir: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-11-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
166/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3520/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 031/03, que revoga a
declaração de utilidade pública da Associação dos Pais Municipários, estatuída
pela Lei n.º 6.777/91.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-11-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE nº
031/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2950/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 150/03, de autoria dos
Vereadores João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, que denomina Rua Dinarte de
Albuquerque um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila:
pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver.Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-11-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
150/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3625/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 200/03, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que denomina Rua Hygino Russi Lima um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila:
pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-11-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
200/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3268/01 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 228/01, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que denomina
Usina do Gasômetro Governador Synval Guazzelli o conjunto arquitetônico da
Usina do Gasômetro.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 16-04-03;
- adiada a discussão por três Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
228/01. (Pausa.) O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib;
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nesta tribuna, neste ano, eu já manifestei
que tenho o entendimento pessoal do crescimento da qualidade do mandato do Ver.
Haroldo de Souza, mercê de o Vereador ter se apropriado do funcionamento desta
Casa, mercê da sua inteligência... Já aqui me manifestei no sentido de que o
Vereador tem sido destaque na sua atividade parlamentar e digo isso porque
quero fazer uma observação relativa a esse Processo.
Fui amigo de Synval Guazzelli, mesmo que
ele tenha tido toda a sua trajetória por outra força política, por outro campo
político que não o meu, eu privei da convivência com Dr. Synval Guazzelli, seja
quando exercia a advocacia, no escritório, com outros colegas, seja em
atividades políticas que, por uma razão ou outra, tivemos interface. Compareci
aqui, Ver. Luiz Braz, na sua despedida desta Câmara de Vereadores - muitos
Vereadores estavam aqui -, foi um dos fatos mais marcantes desta Casa, porque,
infelizmente, essa personalidade foi acometida de um mal irreversível que
dilapidava o seu organismo, mas mantinha a sua inteligência, a sua integridade
intelectual, e ele fez aqui, na sua última estada nesta Casa, talvez, um dos
maiores depoimentos políticos que se tenha história na vida política do Estado
do Rio Grande do Sul.
Falo essas coisas, Ver. Haroldo de Souza,
porque tive e tenho por essa personalidade o maior respeito. Ele merece não só
aqui de Porto Alegre, mas de todos os gaúchos, pela sua postura, pela sua
ética, pela forma com que construiu a sua trajetória, todas as homenagens, as
mais qualificadas e as melhores que um político pode receber dos seus
concidadãos. Eu faço apenas uma observação - já a fiz, Ver. Haroldo de Souza,
quando V. Exa. dialogava com o meu Líder de Bancada, se isso lhe interessa, sobre
a qualidade de seu mandado neste ano.
Mas quero fazer um apelo a Vossa
Excelência: com todos esses elogios a essa figura maravilhosa de Synval
Guazzelli, aquele equipamento não diz respeito a essa grande Liderança. O
equipamento da Usina do Gasômetro tem uma outra conotação, tem um outro perfil
de construção, e nunca nós iríamos conseguir colar a imagem honrada,
respeitável, admirável de Synval Guazzelli ao equipamento da Usina do
Gasômetro. Acho que haveria outros equipamentos, inclusive com mais visibilidade,
que teriam muito mais significação para esse personagem de tamanha importância
para a vida deste Estado, seja como cidadão, seja como advogado, seja como
ex-Governador do Estado, seja como Deputado Federal, que sempre honrou as
tradições do Rio Grande do Sul e de seus políticos.
Portanto, a nossa sensibilidade, com
total transparência, Ver. Haroldo de Souza, com total isenção de quem se
orgulha de ter sido amigo de Synval Guazzelli por uma razão de profissão e por
termos tido amigos comuns, de quem tem o maior respeito e que entende que o seu
último depoimento nesta Casa foi uma das maiores páginas políticas que este
Estado já escreveu, creio que esse equipamento não é adequado a esta homenagem.
Então eu faço um apelo, em meu nome, ao Ver. Haroldo de Souza, que tem-se
distinguido, neste ano, com um excelente mandato, que reconsidere essa posição,
porque nós podemos homenagear muito mais a figura do Synval Guazzelli num outro
equipamento que não esse, porque esse não vai colar com a sua trajetória. Esse
vai causar dificuldades, vai causar debates, alguns que podem até ferir a
família honrada e querida, que também conheço, de Synval Guazzelli. Vai-se
abrir uma polêmica que a sua imagem honrada não merece.
Então, a sensibilidade nos acusa e nos
traz aqui, de uma forma singela, simples, mas tranqüila, Ver. Haroldo de Souza,
de fazer um apelo à sua sensibilidade, à sua inteligência, no sentido de que
outro equipamento, talvez até de maior importância, seja encontrado para
homenagear uma das figuras mais respeitáveis da política deste Estado. Esse é o
apelo que faço, como colega e também como seu amigo, no sentido da sua
reconsideração. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir o PLL nº 228/01.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, acho
que eu não vou chover no molhado, tenho certeza de que ninguém deixará de vir a
esta tribuna para reconhecer os méritos desse grande homem público
rio-grandense. Por duas vezes, Synval Guazzelli governou o Estado do Rio Grande
do Sul; foi por vários anos Deputado Estadual; em determinado momento, foi o
Deputado Federal mais votado do Estado; dirigiu o Banco do Brasil e o Banco
Meridional; teve uma enorme folha de serviços prestados à sociedade gaúcha e
veio a falecer na condição de integrante do Congresso Nacional. Poucos nomes,
no meu modo de entender, tão merecidamente, podem ser homenageados pela cidade
de Porto Alegre como o de Synval Sebastião Duarte Guazzelli. Há uma discussão
antiga acerca do ajustamento da homenagem com o equipamento que irá levar o seu
nome. Equipamento esse que já recebeu várias denominações nas suas subdivisões.
O Ver. Haroldo de Souza pretende que todo o complexo da Usina do Gasômetro
possa ser denominado “Usina do Gasômetro Governador Synval Guazzelli”.
Eu digo isso - e estou enfrentando esse
assunto de peito aberto - porque há dois anos se discute essa situação, e agora
nós chegamos num impasse. O Ver. Haroldo de Souza sente-se no direito de exigir
que, ao final, a Casa delibere sobre a sua proposição, até porque aguardou
esses dois anos, e não surgiu nenhuma proposta alternativa que lhe convencesse,
na condição de autor, sobre a denominação de algum equipamento público da
cidade de Porto Alegre de igual ou melhor qualificação do que aquele que ele
entendeu de indicar como sendo o local onde estaria devidamente homenageado o
Governador Synval Guazzelli, por uma iniciativa sua e por uma deliberação da
Casa. Percebo que há uma resistência.
Eu quero dizer que, se eu for levado ao
voto, sem dúvida nenhuma, vou acompanhar o Ver. Haroldo de Souza. Sem dúvida
nenhuma! Porque tenho, como o autor da proposta, um carinho muito especial pelo
homenageado. E vendo algumas dificuldades que enfrenta um colega nosso, eu
estou, Ver. Haroldo de Souza, pisando sobre cristais, estou aqui como algodão
entre os cristais, estou pisando em cacos de vidro, porque se volta a dizer que
há condições de encontrar um local adequado, busca-se e cogita-se um novo
adiamento. Até quando esse novo adiamento? Será que num prazo razoável, em que
possamos até apelar ao Ver. Haroldo de Souza no sentido de se curvar a ele?
Então, é o encaminhamento que eu faço
nesta discussão, não discutindo o mérito da proposição, porque, sinceramente Vereador,
V. Exa sabe que eu tenho carinho por esse homem público, inigualável, na medida
em que ele foi diretamente responsável por uma série de coisas positivas na
minha vida.
O
Sr. Haroldo de Souza: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, há
dois anos, como V. Exa. mesmo disse, eu aguardo que este Projeto seja votado
aqui na Casa. E nenhuma proposta veio de outro lado para que nós pudéssemos
encontrar um novo local, a não ser hoje; querem denominar um conjunto habitacional
do DEMHAB de Synval Guazzelli. Isso é brincadeira e falta de respeito com o
ex-Governador. Eu vou manter o Projeto e quero que ele seja votado hoje,
independentemente do resultado, e que seja nominal.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Como eu sou um homem muito otimista, eu
acho que nem o aparte contundente do Ver. Haroldo de Souza torna nulo tudo o
que eu afirmei até agora. Até porque, Vereador, não tenha dúvida nenhuma, se a
matéria for à votação, eu votarei com Vossa Excelência. Mas fico temeroso de
que a gente possa, querendo construir uma grande homenagem, acabar formando uma
grande frustração.
Por isso estou aqui, tranqüilamente,
serenamente, reconhecendo que o Ver. Haroldo de Souza tem toda a razão. Por
várias vezes, eu cobrei dos companheiros da Casa a necessidade de se encontrar
um equipamento adequado, que satisfizesse não só o Ver. Haroldo de Souza, mas
todos nós, porque todos reconhecemos a correção da homenagem a este cidadão que
foi Synval Guazzelli. Evidentemente, se nós não conseguirmos construir com
inteligência adequada uma solução para esse impasse momentâneo, iremos para o
enfrentamento do voto e aí, certamente, Vereador, eu estarei ao seu lado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Eu requeiro o
adiamento da discussão, por duas Sessões, do PLL nº 288/01.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Luiz Braz, o Requerimento, de autoria do Ver. Marcelo
Danéris, que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 228/01 por duas
Sessões. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 12 votos SIM,
09 NÃO.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Não há adiamento, Sr.
Presidente. Eu quero a retirada de tramitação do PLL nº 228/01, de minha
autoria, responsabilizando todos os que votaram “em vermelho” contra a figura
do ex-Governador Synval Guazzelli. Eu estou pedindo o arquivamento deste
Projeto, e a sociedade fica sabendo de que maneira se conduzem as homenagens
nesta Casa.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando a retirada de
tramitação do PLL nº 228/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com
o voto contrário dos Vereadores João Carlos Nedel, Wilton Araújo e Zé Valdir.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 4343/03 –
PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N.º 001/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que susta o § 1.º do art. 2.º do Decreto n.º 12.243, de 8
de fevereiro de 1999, com a redação dada pelo Decreto n.º 12.345, de 24 de maio
de 1999, e seus efeitos. (acompanhamento de deficiente / passe livre)
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em
15-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o Projeto
de Decreto Legislativo nº 001/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que susta o
parágrafo 1.º do art. 2.º do Decreto nº 12.243, de 8 de fevereiro de 1999, com
a redação dada pelo Decreto nº 12.345, de 24 de maio de 1999, e seus efeitos.
(Acompanhamento de deficientes/passe livre.) (Pausa.)
O
SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Requeiro o adiamento
da discussão do PDL nº 001/03, de minha autoria, por quatro Sessões.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Wilton Araújo, solicitando adiamento da
discussão do PDL nº 001/03, por quatro Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
(encaminhamento:
autor, relator e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3074/03 –
RECURSO – Apresentado pelos Vereadores Carlos Alberto
Garcia e Isaac Ainhorn contra a decisão da Presidência da Casa de vedar, aos
Vereadores inscritos, a utilização do período de Grande Expediente para tratar
de assuntos diversos, quando este estiver destinado à homenagem ou comemoração.
Parecer nº 206/03:
- da CCJ. Relator
Ver. Juarez Pinheiro: no qual consta a seguinte conclusão:
“...
Entendemos, assim, com base em critérios recomendados pela
doutrina para resolução de antinomias jurídicas, que o Recurso dos nobres
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn, contra a já mencionada
decisão do Presidente, deva ser provido, possibilitando, assim, que os senhores
vereadores inscritos no Grande Expediente possam utilizar seus tempos para
tratar de assuntos de livre escolha, conforme critério já utilizado no período
de Comunicações, mesmo quando destinado
para comemorações ou homenagens.”
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 21-08-03;
- votação nos termos do art. 99 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): Em votação o Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn contra a decisão da
Presidência da Casa de vedar aos Vereadores inscritos a utilização do período
de Grande Expediente para tratar de assuntos diversos, quando este estiver
destinado a homenagem ou comemoração. (Processo 3074/03.)
O Parecer é do Ver. Juarez Pinheiro, e eu
vou ler (Lê.): “Entendemos, assim, com base em critérios recomendados pela
doutrina para resolução das antinomias jurídicas, que o Recurso dos nobres
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn contra a já mencionada decisão
do Presidente deva ser provido, possibilitando, assim, que os Srs. Vereadores
inscritos no Grande Expediente possam utilizar seus tempos para tratar de
assuntos de livre escolha, conforme critério já utilizado no período de
Comunicações, mesmo quando destinado para comemorações ou homenagens”.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos Vereadores Carlos Alberto
Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, nós temos de analisar o que está escrito
atualmente no Regimento da Casa. O período do Grande Expediente ou o período das Comunicações ficam
destinados a homenagear entidades, e aí eu acredito que, nos termos desse
Requerimento, V. Exa. age bem e tem razão, quando diz que nenhum outro Vereador
inscrito pode falar a não ser com relação à homenagem. Penso que o Ver. João
Dib age bem nos termos dos Requerimentos que têm dado entrada na Mesa.
Eu sugeri, Ver. João Dib, e faço também a
proposta a V. Exa. e aos outros Vereadores desta Casa, que resolvêssemos essa
pendenga sem mexer no Regimento, apenas mudando a grafia utilizada nos
Requerimentos encaminhados à Mesa. Nós poderíamos dizer, nos Requerimentos, que
parte do Grande Expediente ou parte das Comunicações seria destinada para homenagear
esta ou aquela entidade, ficando assim, na verdade, ressalvado todo o Regimento
da Casa, porque, afinal de contas, aqueles outros Vereadores que quisessem
fazer uso das suas inscrições para falar com relação a outros assuntos poderiam
fazê-lo.
Mas o Ver. Juarez Pinheiro na Comissão de
Justiça - ele sempre age com brilhantismo - resolveu fazer um trabalho curto,
indicando que o procedimento da Casa, com relação ao conjunto dos Vereadores,
estava equivocado. Afinal de contas, eu penso que os Vereadores deixam, abrem
mão de um direito que é inalienável para o Parlamentar, que é o de poder falar,
de pode dizer das suas idéias, por intermédio do período de Comunicações ou do
Grande Expediente. Eu resolvi concordar com o Ver. Juarez na parte final do seu
arrazoado, quando ele diz exatamente das razões que têm os Vereadores de
reivindicar os seus direitos de usar o Grande Expediente e também o período de
Comunicações, mas não pelas razões elencadas ou discutidas na Comissão de
Justiça.
Eu até havia solicitado, se não me
engano, ao Ver. Juarez e aos outros Vereadores da Comissão, que nós
adendássemos o Requerimento e fizéssemos uma recomendação para que os
Requerimentos que dessem entrada à Mesa tivessem exatamente esse cuidado de
dizer que parte do Grande Expediente ou parte do período de Comunicações
ficariam destinados, então, para aquele tipo de homenagem que os Vereadores,
realmente, queriam. Assim ficam ressalvados os outros Vereadores que querem
utilizar o Grande Expediente e o período das Comunicações, até porque acho que
o Regimento da Casa vai sofrer modificações. Nós vamos ter o Grande Expediente
sofrendo modificações, alterações, acredito eu. O período de Comunicações
talvez não, mas o Grande Expediente vai sofrer modificações. Então, acho que
essa discussão com relação ao Grande Expediente é despicienda. Com relação ao
período de Comunicações, nós poderíamos, realmente, quando destinado, utilizar
um outro modelo de Requerimento encaminhado à Mesa para ressalvar os direitos
de cada um dos Vereadores de poder utilizar o seu tempo de tribuna.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro
está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, eu não estava nem preparado para fazer este debate hoje,
surpreendi-me, inclusive, por essa matéria estar na Ordem do Dia. Ela não foi
solicitada pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, não sei se foi o Ver.
João Antonio Dib ou outro Vereador que a colocou na Ordem do Dia.
Caro Presidente, Ver. João Antonio Dib,
tenho concordado quase que 100% com as suas decisões aqui na Casa e tenho tido
a impressão de que V. Exa., além de decidir o direito, tem tido muito bom-senso
em suas decisões aqui na Casa. E, casualmente, neste caso eu fui distinguido
para fazer o Parecer de um Recurso feito pelo Ver. Isaac Ainhorn, Vereador
Líder do PSB, no sentido de uma postura que a Casa tem tomado quanto ao período
do Grande Expediente, e pediria, como sempre tenho feito, a vênia do Ver. João
Antonio Dib, que me escuta neste momento. Quero dialogar com o Presidente João
Antonio Dib.
Até o ano passado, na presidência do Ver.
José Fortunati, sempre no período de Comunicações ou no período de Grande
Expediente, se alguém não utilizasse, quando o período fosse destinado a
homenagens, o tempo, era possível, factível utilizar para qualquer tema de sua
livre escolha. E o Ver. João Dib, quando iniciou a sua gestão, entendeu que
tinha de modificar esse ordenamento e essa interpretação. Eu estou aqui fazendo
um relatório. Os Vereadores que já citei insubordinaram-se, não se conformaram
com essa postura do Presidente. E eu pediria um pouquinho de atenção aos
Vereadores, porque é um assunto que diz respeito a todos nós.
Vereador-Presidente, se fosse possível um pouquinho de silêncio...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu solicito a atenção
de todos os Vereadores. Não cabe aparte, Ver. Pedro Américo Leal. Srs.
Vereadores, por favor, silêncio, pois há um Vereador na tribuna.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Obrigado, Presidente. Essa matéria é uma
matéria de importância, por isso é que eu pedi vênia. Eu sei que existem outros
assuntos, os Vereadores estão dialogando sobre matérias que estão na Ordem do
Dia, também, mas como vai tocar no nosso funcionamento, eu pediria um pouquinho
de atenção, até como colaboração, para a gente equacionar essa questão.
Bem, o que houve? O Ver. João Dib fez uma
interpretação, que é de todos nós, de que estávamos demorando a ingressar na
Ordem do Dia e que isso precisava ser resolvido, ser agilizado. Fez uma
leitura, fez uma interpretação. Bem, aí já há divergências, porque alguns
Vereadores entendem que a votação dos Projetos não é, também, um momento tão
sublime no sentido de que tudo para ele deva convergir e que o debate político,
o debate de idéias, também, é tão importante num parlamento quanto a votação,
mas isso são posições subjetivas de cada Parlamentar. Não é nem matéria de
fechamento de questão em Bancada, em Partido.
Bem, a nós, Vereador Leal, foi dado o
encargo de decidir essa questão, ou seja, se o Vereador-Presidente, que tem-se
distinguido nessa sua gestão, estava correto ou não na sua decisão, mercê dos
recursos que foram interpostos. Eu tinha de fazer uma análise jurídica, não uma
análise política desta matéria. Eu tinha de dizer, no meu Parecer, sob meu
ponto de vista, se o Vereador-Presidente estava correto ou não. E aí verifiquei
de pronto que havia uma antinomia jurídica. O que é antinomia? Antinomia é
quando um ordenamento possui duas regras que se confrontam, ou seja, uma diz
uma coisa, e outra diz outra. Há um conflito de normas, e aí nós temos de
decidir essa questão.
Os maiores tratadistas do Direito colocam
duas formas de resolver a questão das antinomias. A primeira delas é pelo
critério hierárquico; se, por exemplo, uma norma é de Lei Complementar e outra
de Lei Ordinária, prevalece a Lei Complementar. Ou, também, se uma delas emana
de um ente hierarquicamente superior, prevalece a hierarquia da norma superior.
Neste caso, não resolve o problema, porque as duas normas estão no Regimento.
De outra parte, haveria uma outra solução para se resolver essa questão, que
seria a questão de verificarmos qual a norma mais nova, porque a última norma
revogaria a anterior; neste caso, esse critério também fica escoimado, porque
ambas as normas foram emitidas pelo mesmo Regimento, na mesma data. Então,
recomenda a doutrina que nós venhamos recorrer à analogia, e aí há um problema
- Ver. Pedro Américo Leal, que tem trabalhado regimentos -, ambos os
dispositivos, que tratam do Período de Comunicações e de Grande Expediente, têm
absolutamente a mesma redação. O Grande Expediente diz assim: "No período
destinado ao Grande Expediente, com duração de sessenta e quatro minutos, será
concedida a palavra por oito minutos para cada orador..." E depois diz
assim no art. 154: "O Grande Expediente poderá ser destinado duas vezes a
cada mês para comemorações ou homenagens, a Requerimento de Vereador..."
Ver. Luiz Braz, ambos os dispositivos - o do Grande Expediente e o das
Comunicações - dizem que, a cada mês, dois Grandes Expedientes ou dois períodos
de Comunicações podem ser destinados a homenagens. Ambos os artigos têm exatamente
a mesma redação.
E o meu amigo, Presidente João Dib, para
um dispositivo que tem a mesma redação, que é o caso das Comunicações, permite
que quem não use o tempo para falar na homenagem, no período destinado possa...
Ele permite que use para outro tema e, no Grande Expediente, ele tem uma outra
interpretação. Então, eu fui buscar na analogia - e na analogia, normalmente se
busca com normas até de estatutos diferentes -, eu fui buscar, Ver. Luiz Braz,
no próprio Regimento, o princípio da analogia, que é o terceiro, que demonstra
que não podemos ter comportamentos diferentes, se a redação dos dois artigos é
exatamente a mesma.
Então, Ver. João Dib, não por razões de
ordem política, não para discordar de V. Exa., eu não teria nem condições para
isso, mas com base no Direito, com base no princípio da analogia, que neste
caso cabe, V. Exa. não poderia, tendo os artigos a mesma redação, a um dar o
encaminhamento e a outro dar outro encaminhamento. A redação do Grande
Expediente e a das Comunicações é exatamente a mesma. Nesse sentido a nossa
posição, enquanto Relatores da matéria, é pelo provimento do Recurso dos
Vereadores Isaac Ainhorn e Carlos Alberto Garcia. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso de sua autoria e
do Ver. Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, resolvemos entrar com um Requerimento, recorrendo da decisão do
Presidente, porque partimos do pressuposto chamado isonomia, ou seja,
entendemos que, tanto para um caso quanto para o outro, deva existir a mesma
distinção.
Vou pedir permissão aos Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras para ler o que diz o Regimento da Câmara no seu art.153, que
fala do Grande Expediente, e depois o art. 180, para entenderem o porquê da
premissa do nosso Requerimento. Artigo 153 (Lê.): “No período destinado ao
Grande Expediente, com duração de sessenta e quatro minutos, será concedida a
palavra por oito minutos para cada orador, até o máximo de oito, a fim de
tratar de assunto de sua livre escolha, sendo permitidos apartes”. Parágrafo
único: “A ordem de inscrição dos oradores, em forma de rodízio, seguirá a
seqüência alfabética dos nomes.” Então: "palavra por oito minutos" e
"tratar assunto de sua livre escolha".
O art. 180, das Comunicações, diz (Lê.):
“No período destinado às Comunicações, com duração de quarenta minutos, será
concedida a palavra por cinco minutos para cada orador, até o máximo de oito, a
fim de tratar de assunto de sua livre escolha, permitidos apartes”.
Qual é a diferença entre eles? A
diferença está no tempo. No Grande Expediente, cada orador dispõe do tempo de
oito minutos, enquanto que, no período das Comunicações, o tempo é de cinco
minutos. Em ambos os períodos é permitido o aparte, e é permitido que o orador
discorra sobre qualquer assunto que ele julgar pertinente. Partindo dessa
premissa, entendemos mais do que legítimo que o Vereador, quando for tratar do
assunto, e aqui foi a nossa divergência... Por exemplo, trata-se, no Grande
Expediente, numa determinada oportunidade, referente ao Tribunal Regional
Militar. Já está assegurado pelo art. 153 que o Vereador tem o livre arbítrio
de escolher se quer discorrer sobre o tema. Claro, o que se pode fazer, por
questão de gentileza, é deixar que aqueles Vereadores que querem discorrer
sobre aquele assunto o façam, e os demais, depois, falam sobre qualquer
assunto.
O que foi feito? Para o período de
Comunicações isso é possível; para o período do Grande Expediente, isso não é
possível. Ou seja, a Mesa está utilizando dois pesos e duas medidas. Nós
queremos justamente o contrário! Partindo do pressuposto da isonomia, que
assegura o Regimento, que diz que cada Vereador pode utilizar a tribuna a sua
livre escolha em qualquer tema, nós nos sentimos prejudicados e, sentindo-nos
prejudicados, recorremos. É por isso que hoje estamos encaminhando aqui. Nós
solicitamos aos Vereadores que possamos, a partir de agora, fazer justiça e
estabelecer de comum acordo que os Vereadores que não quiserem utilizar a
tribuna para um determinado tipo de homenagem poderão - se estiverem inscritos,
logicamente - utilizar a tribuna para falar sobre qualquer tema que seja
pertinente.
Nós entendemos que o princípio da
isonomia deva ser assegurado e que o próprio Regimento, conforme o art. 153 e
art. 180, seja mantido. Porque, partindo de outro pressuposto, nós estaríamos
não dando validade ao Regimento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo
Leal está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
fosse eu que tivesse essa decisão, o Plenário poderia até dizer: "É o
Coronel. Ele quer impor uma nova ordem. Ele quer determinar..." Mas é o
nosso Presidente, o meu querido amigo e companheiro de Bancada, Ver. João Antonio
Dib. Ora, Ver. João Antonio Dib, eu vim da Assembléia Legislativa, e lá nós
usamos as Comunicações, o Grande Expediente como o orador pretende. Aborda o
assunto que quiser, isso caracteriza a intervenção na tribuna. Imaginem, V.
Exas., se ao orador fosse imposta uma ordem de tratamento de assuntos, não se
poderia, de maneira alguma, entender uma tribuna, tribuna do povo. Tanto que,
um orador não é responsável, Ver. Juarez Pinheiro, juridicamente por aquilo que
afirma. Quer dizer, há uma tolerância do próprio mundo jurídico com as palavras
que são proferidas na tribuna. E é importante que seja assim, não poderia ser
de outro modo. Aqui, a gente se sente livre como os pássaros pairando nas
imensidões do céu e abordamos os assuntos que desejamos, ao nosso bel prazer.
Não entendo, absolutamente, a decisão do
meu amigo querido, Presidente João Dib. E discordo dela. Porque na Assembléia
aprendi, quando engatinhava, e o Ver. Juarez Pinheiro andava por lá, e o Ver.
Nereu D’Avila também andava por lá, na Assembléia Legislativa... Rememorando
aqueles tempos em que as Comunicações e o Grande Expediente eram livres, em
pleno regime militar! Como aturava o Aloísio Paraguassu! Como aturava o Pedro
Simon! Como aturava o meu desafeto Bisol! Mas tinha que ser assim, a tribuna é livre.
Então, João Antonio Dib, tanto quanto eu entendo, as Comunicações e o Grande
Expediente devem ser ao talante, ao bel prazer do orador. Senão, tira a
característica de tribuna do povo. De que adianta uma tribuna do povo se ele é
obrigado a se cingir a determinado assunto? O assunto do dia! "Vossa
Excelência pode falar, mas só pode falar do assunto do dia!" Seria
terrível!
Então, não concordo com o meu amigo
Presidente. E com a mesma liberdade que me dá a tribuna, discordo do meu amigo
e companheiro de Bancada, João Antonio Dib. Acho que a tribuna de Comunicações
e a tribuna de Grande Expediente são livres, assim como são livres as águias,
os tigres e os condores. Podemos falar no assunto que escolhermos. E assim, meu
prezado João Antonio Dib, não concordo com a decisão de V. Exa., se é que eu
bem entendi. Acho que até V. Exa., que é um indivíduo que sigo no Regimento
como se fosse uma morte magnética, eu me abebero nos seus conhecimentos de
Regimento - o Vereador Zé Valdir está rindo, mas eu me abebero -, ele controla
a Prefeitura, controla todas as ordens da Prefeitura, que, de vez em quando,
são descabidas. Auxilio-me da fiscalização que ele faz. Mas, quanto a isso,
discordo de V. Exa., meu prezado João Antonio Dib. Acho que as Comunicações e o
Grande Expediente são livres, assim o foram no Regime Militar, quando usei da
tribuna ouvindo muito disparate.
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho
que este debate que nós estamos fazendo com relação à matéria, é, de certa
forma, Ver. Pedro Américo Leal, desnecessário, na medida em que o Ver. Juarez
Pinheiro conclui o seu Parecer dizendo o seguinte (Lê): “Entendemos, assim, com
base em critérios recomendados pela doutrina para resolução das antinomias
jurídicas, que o Recurso dos nobres Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac
Ainhorn contra a já mencionada decisão do Presidente deva ser provido,
possibilitando, assim, que os Srs. Vereadores inscritos no Grande Expediente
possam utilizar seus tempos para tratar de assuntos de livre escolha, conforme
critério já utilizado no período de Comunicações, mesmo quando destinado para
comemorações ou homenagens.“
Eu, aliás, devo reconhecer e proclamar
minhas homenagens ao Ver. Juarez Pinheiro, que fez um alentado trabalho
justificando essa posição. Evidentemente, quando a gente escreve muito, acaba
criando algumas situações em que não concordamos inteiramente com o que é dito,
razão pela qual o meu voto foi com as conclusões, porque acho que a conclusão é
absolutamente correta.
Aliás, Ver. João Antonio Dib, quero
cumprimentá-lo, porque V. Exa., de certa forma, antecipou o cumprimento dessa
recomendação do Ver. Juarez Pinheiro, aprovada pela unanimidade da Comissão de
Justiça, e o fez, a meu juízo, de forma muito sábia. O que tem ocorrido
ultimamente nessas ocasiões do Grande Expediente, quando nem todos querem falar
a respeito da entidade homenageada naquele dia, é que V. Exa. tem assegurado
que eles continuem tendo a sua inscrição garantida, só que a utilizando no dia
posterior. É uma solução mais do que salomônica e inteligente, porque, na
verdade, nós temos uma certa antinomia. Quando a gente diz que dedica o Grande
Expediente para uma finalidade, o Grande Expediente está destinado para aquela
finalidade, então os oradores daquele dia o serão para essa finalidade; se houver
alguém que, dentro do seu rodízio, estiver com o tempo garantido naquele dia e
que, por uma razão qualquer, não queira utilizar o tempo para essa finalidade,
ele não pode ser prejudicado; então a ele fica assegurado que o utilize, na
liberdade que V. Exa. preconiza, só que não naquela oportunidade.
(Aparte anti-regimental do Ver. Pedro
Américo Leal.)
O Ver. Pedro Américo Leal é o meu Líder,
pode me apartear. Eu ouço o aparte anti-regimental do Ver. Pedro Américo Leal
para dizer o seguinte: no meu entendimento, temos que ter o cuidado de não
prostituirmos a utilização do Grande Expediente para homenagens. É um período
muito importante, o Ver. Pedro Américo Leal quis colocá-lo como sendo um
momento na vida da Câmara em que se dariam grandes debates políticos, e nós,
pelas restrições que se faz à utilização de Sessão Solene, acabamos caindo na
esparrela de utilizar o período de Comunicações ou de Grande Expediente.
Provavelmente a gente consiga encaminhar isso durante a reforma do Regimento da
Casa, e V. Exa. ficará plenamente atendido com as soluções novas que se trarão
e sem prejuízo dos seus objetivos de dar a soberania à ocupação do Vereador,
conforme o seu talento nesses períodos. Da mesma forma, fica resguardado o
direito daqueles que queiram, eventualmente, utilizar em outros espaços,
transpor para outro espaço, ou utilizar para homenagem, dentro daqueles
critérios que hoje ocorre na Assembléia Legislativa do Estado, que V. Exa. bem
conhece. É um único orador que fala, e aos outros Deputados é assegurada a
possibilidade do aparte para se solidarizarem, e acabou a homenagem. Não é essa
sucessão de pronunciamentos que hoje nós temos aqui na Casa, que, com toda a
razão, quando se homenageia alguma entidade ou alguma figura de maior expressão
que se sucede 10, 12, 13 pronunciamentos na tribuna.
(Aparte anti-regimental do Ver. Pedro
Américo Leal.)
Transponha, como vem fazendo, sabiamente,
o Ver. João Antonio Dib, que pode às vezes ser teimoso, mas que outras tantas
vezes é sábio, quando acolhe boas sugestões como o acontecido no Parecer do
Ver. Juarez Pinheiro.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra para encaminhar a votação de Recurso de sua autoria e do
Ver. Carlos Alberto Garcia. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu falo, aqui, como um
dos autores deste Requerimento, juntamente com o Ver. Carlos Alberto Garcia.
Respeitosamente, eu posso dizer que o Presidente João Antonio Dib é um profundo
conhecedor do Regimento desta Casa e um homem que, embora não seja oriundo das
letras jurídicas, esforça-se para ser um intérprete inteligente da norma legal.
Só que o Presidente João Antonio Dib preside com muita energia, com muita
firmeza, e ele sabe que naquele lugar, depois de tomar uma decisão,
dificilmente ele pode recuar daquela posição assumida, mas de vez em quando
tenho com o Ver. João Antonio Dib - é um homem inteligente, por quem
particularmente tenho apreço - uns desentendimentos, mas os tenho porque ele é
muito rápido de raciocínio e de tomada de decisões.
O Ver. João Antonio Dib, outro dia,
naquele negócio da fita, da tal fita do PAM-3, achava que para averiguar a fita
do PAM-3 o Ver. Elias Vidal não poderia ir lá sozinho, sem quórum para
examinar, como Presidente da Comissão. Eu - data vênia do entendimento do
ilustre e fraterno Presidente desta Casa João Antonio Dib - divergi dele, até
porque Presidente pode praticar qualquer diligência com quórum ou sem quórum.
Normalmente, quando é matéria puramente jurídica, eu tenho que acompanhar.
Quando não entra o “politiquês”, quando não entra, Ver.ª Margarete Moraes, o
“politiquês” nas intervenções e interpretações jurídicas, nas análises e nas
reflexões do Ver. Juarez Pinheiro, eu, necessariamente, sempre, tenho que acompanhá-lo.
Eu não estou mais na Comissão de Constituição e Justiça. Vossa Excelência,
Ver.ª Margarete Moraes, sabe o apreço e a admiração que eu tenho por V. Exa.,
mas eu sei que a Vereadora, por exemplo, foi sorteada para relatar a questão do
cabimento ou não da Comissão Parlamentar de Inquérito. O Ver. Reginaldo Pujol,
mantendo a tradição do Ver. Elói Guimarães, manteve o sorteio, então caiu a
Ver.ª Margarete Moraes. Eu sei que ela, juridicamente, pode estar, entendo que
cabe à CPI, que está tudo nos conformes, mas ela tem um engajamento político.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Nobre Vereador,
retorne ao tema, por obséquio.
O
SR. ISAAC AINHORN: Vereadora, mais do que nunca eu estou no
tema, porque se V. Exa. fizer as ilações do que estou-me referindo para a
compreensão, eu, em última análise, estou dizendo que todos os juízos aqui -
esta é uma Casa política - são políticos. A Ver.ª Margarete Moraes vai fazer
uma exegese da CPI, ela vai buscar o fundamento jurídico e pode até não pensar,
mas ela tem o compromisso político de inviabilizar, usando uma expressão mais
chula: ela vai querer melar a CPI.
Eu encerro, dizendo que gostaria de ler
apenas a parte final dessa pérola de Parecer que teve... Veja, o Ver. Marcelo
Danéris não acompanhou o Relator-Jurista da Bancada do PT, que é o Ver. Juarez
Pinheiro, e votou com restrições. O Ver. Elói Guimarães, que é da Mesa, votou
politicamente para não brigar, para não confrontar com o Presidente João
Antonio Dib. Mas eu acho que não é aí que se testam os grandes desafios das
amizades, os grandes apreços e admirações! Veja o que diz o Ver. Juarez
Pinheiro - está aqui, Vereador - (Lê): “Entendemos, assim, com base em
critérios recomendados pela doutrina para resolução das antinomias jurídicas
que o Recurso dos nobres Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn
contra a já mencionada decisão do Presidente deva ser provido, possibilitando,
assim, que os Srs. Vereadores inscritos no Grande Expediente possam utilizar
seus tempos para tratar de assuntos de livre escolha...” É simples e claro,
como gosta V. Exa., Ver. João Antonio Dib. Porque, como é que diz Vossa
Excelência? O claro é irmão do simples? Eu não sei se é por aí, mas, se não é
por aí, é mais ou menos por aí. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sra. Presidenta, o
Ver. João Antonio Dib pertence à Bancada do PP. A Bancada do PP já fez
encaminhamento, por intermédio do Ver. Pedro Américo Leal. Então, não cabe
mais, regimentalmente, ao PP fazer encaminhamentos. O Tempo de Presidente não
pode ser utilizado também, neste momento, porque as votações são contínuas.
Então, não cabe, Sra. Presidenta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sra.
Presidenta, em primeiro lugar, eu desejo contraditar o nobre e ilustre jurista
e Ver. Luiz Braz. Eu sou o recorrido, se eu não posso me defender, então, eu
acho que tudo aquilo que falaram até agora é completamente equivocado. Eu tenho
defendido o Regimento e, por meio do Regimento, há uma tentativa permanente de
imolar o Presidente. Permanente! Então, eu não posso entender que o recorrido
não possa colocar as suas razões!
O
SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sra. Presidente, o
Regimento da Casa permite, neste período de votação, que haja os
encaminhamentos: um por Bancada. E que, logo após esses encaminhamentos, haja a
votação da matéria. Talvez haja falha no Regimento não permitindo que uma
pessoa tão ilustre como o Ver. João Antonio Dib possa usar a palavra, quando no
exercício da Presidência. Mas acontece que nós não podemos extrapolar o
Regimento.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Nós verificamos,
Vereador-Presidente, e a sua Bancada já encaminhou a matéria, por intermédio do
Ver. Pedro Américo Leal. Realmente, regimentalmente, V. Exa. não poderia
encaminhar a matéria.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos Vereadores Carlos
Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. RAUL CARRION: Excelentíssima Ver.ª Maria Celeste, que
preside, neste momento, os trabalhos, demais Vereadoras e Vereadores, vou
encaminhar com muita rapidez, mais para deixar explícita a posição da Bancada
do PCdoB.
Acho que o assunto já foi exaustivamente
esclarecido, mas nós só queremos comparar os artigos 153 e 154, referentes ao
Grande Expediente. O art. 153 é o que propriamente determina a situação do
Grande Expediente, e o art. 154 abre uma alternativa. Diz o art. 153: (Lê.) “No
período destinado ao Grande Expediente (...), será concedida a palavra por oito
minutos para cada orador (...) a fim de tratar de assunto de sua livre escolha.”
Então, o artigo essencial da Subseção III, que é o Grande Expediente, deixa
claro, com todas as letras, que o assunto é de livre escolha. Na Subseção, esse
é o artigo fundamental, porque determina.
O que diz o art. 154? O art. 154
complementa, ele não é o artigo básico. Diz o art. 154: (Lê.) “O Grande
Expediente poderá ser destinado” - portanto, não é a destinação essencial, ele
poderá ser destinado - “duas vezes a cada mês para comemorações ou homenagens”
- quando for. E o parágrafo 1º, nesses casos, eu diria excepcionais, porque não
é a norma, a norma é o art. 153, esclarece (Lê.): “Além dos Vereadores
inscritos, poderão falar...” Então, os Vereadores inscritos e outros que ele
vai indicar poderão falar. Não diz que terão de falar; eles poderão falar na ocasião
prevista no caput. Vejam bem, quando
houver uma homenagem, poderão falar os inscritos e mais o proponente da
homenagem. Já o art. 153 diz que é assunto de livre escolha; e o art. 154, que
trata de situações excepcionais, diz que eles poderão falar nas homenagens e
comemorações, não diz que terão de falar, Ver. Cassiá Carpes.
Portanto, acredito que tanto o art. 153
quanto o art. 154 não obrigam nenhum Vereador a usar da palavra em homenagens
ou comemorações. E o fato de a Casa ter aprovado a homenagem ou a comemoração
não significa que ela obriga aos demais Vereadores - que aprovam a homenagem,
mas que não pretendem usar da palavra, porque têm outro tema de seu interesse -
a falar. O art. 154 diz que eles poderão falar.
Por isso, mais ou menos, no que me parece
uma posição comum a todas as bancadas, o PCdoB encaminha no sentido de aprovar
o Parecer da CCJ, cujo Relator foi o Ver. Juarez Pinheiro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Cassiá Carpes
está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03)
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, depois de passarem pela tribuna vários juristas, eu não quero
debater esse aspecto - não sou nenhum advogado -, pois já foi colocado o que
acontece de direito, mas há necessidade de colocarmos o que acontece na Casa de
fato. Não é o que se apresenta de direito. Explico: geralmente, na Casa, o Grande
Expediente tem sido antecipado. Não me lembro de em alguma oportunidade termos
chegado ao Grande Expediente, isso é muito importante saber. Chega aqui um
Vereador, que é o proponente da homenagem, no Grande Expediente, e pede a sua
antecipação. Portanto, ali já é específico, o Grande Expediente está sendo
específico para uma homenagem, que é o que diz aqui (Lê.): “... para tratar de
assuntos diversos quando este estiver destinado à homenagem ou comemoração.”
De fato, o que acontece nesta Casa é que
um Vereador pede a antecipação do Grande Expediente para uma homenagem
específica, e daí, portanto, é homenagem específica. Então, não tem mais por
que aquele que não vai falar na solenidade, depois que ela termina, falar sobre
assuntos diversos, quando, freqüentemente, está aqui o homenageado. Olhem o
constrangimento! De fato, não de direito, de fato, aqui se pede a antecipação
para um Grande Expediente específico de solenidade. Então, aí não está mais a
questão que se relaciona ao direito, que é o Grande Expediente, porque, por
mais que queiram colocar na mesma origem o Grande Expediente e as Comunicações,
esses períodos não têm a mesma finalidade nesta Casa; são coisas separadas,
diferentes. As Comunicações fazem parte da normalidade da Casa nas segundas e nas
quintas-feiras, e o Grande Expediente é para as solenidades, a não ser quando
ele chegar lá, no final do processo todo da Sessão, aí ele passa a ser um
Grande Expediente normal, do dia. Obrigado, Sra. Presidenta.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sra. Presidente, com
fundamento no art. 194, eu peço para usar a tribuna como autor do Parecer.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Juarez Pinheiro
está pedindo para encaminhar como Relator da matéria? Perfeitamente.
O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para encaminhar, como Relator, a votação do Recurso apresentado pelos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
(Pausa.)
Lamentavelmente, Ver. Juarez Pinheiro,
fui alertada pela DL de que o Regimento, no art. 173, parágrafo 2º diz (Lê.):
“A reunião de condições de autoria e de representação de Bancada não duplica o
tempo de encaminhamento, que será único”. Portanto, indefiro a sua solicitação,
Ver. Juarez Pinheiro.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sra. Presidente, eu
peço vênia para discordar da decisão, isso se aplica ao autor, não ao Relator.
Pediria que V. Exa. lesse com mais cuidado, porque esse dispositivo lido - com
o auxílio da nossa querida Diretora - aplica-se ao autor da matéria, não ao
Relator.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): É
uma questão nova, Ver. Juarez Pinheiro, e o parágrafo exemplifica:
autor-relator.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sra. Presidente, eu
pediria que V. Exa. suspendesse a Sessão e lesse com tranqüilidade, porque está
muito claro que se aplica apenas ao autor e não ao Relator. Então, eu recorro
da decisão tomada por V. Exa. - não por esta situação aqui só -, porque o que
eu iria defender da tribuna era o direito de o Vereador falar; e o Vereador a
quem eu quero defender o seu direito de falar, não quer me deixar falar. Eu ia
defender na tribuna o direito de o Ver. João Antonio Dib falar.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver. Juarez Pinheiro,
vamos analisar a questão, mas a minha decisão já está tomada.
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar o Recurso apresentado pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia e Isaac Ainhorn. (Processo nº 3074/03.)
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sra.
Presidenta, eu não vou encaminhar, porque não vou cair em contradição. Estou
aqui apenas para estranhar um fato. Eu acho que este assunto deveria ser
discutido pelos Líderes e pela Mesa, não é possível estarmos, há uma hora e dez
minutos, discutindo aqui, dizendo à sociedade se temos direito de falar mais 10
minutos ou não. A sociedade não merece isso.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE: Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Marcelo Danéris, o Recurso constante no Processo nº 3074/03. (Pausa.)
Visivelmente não há quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h50min.)
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